Índice de criminalidade preocupa população de Mariana

Mariana,
01 de Setembro de 2014

O clima de insegurança devido ao aumento da criminalidade tem incomodado a população marianense. Na última semana, durante a reunião ordinária da Câmara Legislativa, o vereador Tião do Sindicato alertou sobre a falta de segurança nos distritos, denunciando a série de assaltos que estão acontecendo na zona rural. Em meio ao debate, o vereador Fernando Sampaio citou a oportunidade de inovação na área de segurança pública em virtude da aprovação pela Câmara Federal do PL 39/2014, que dispõe sobre o Estatuto Geral das Guardas Municipais. Foi seguido do vereador Tenente Freitas, que reforçou a necessidade do armamento da Guarda Municipal.

No entanto, a região central de Mariana também tem sido alvo de diversos crimes violentos, amedrontando comerciantes e estudantes. O presidente da Câmara, Bruno Mol, reforçou que o tema vem sendo debatido constantemente desde o início do ano e relembrou a participação da aluna da UFOP, Gabriela Lima, que utilizou a Tribuna Livre para pedir mais segurança nos arredores da universidade. “Desde então nos reunimos com várias instituições e conseguimos aumentar o patrulhamento no entorno do ICSA e do ICHS, minimizando os incidentes”, declara Bruno.

De acordo com os dados da Polícia Militar, houve 4 roubos notificados em 2012, 16 em 2013 e 31 em 2014, registrados somente até o mês maio, números que comprovam o aumento relevante de crimes, principalmente no centro da cidade. “O aumento aconteceu no registro de crimes violentos contra o patrimônio, ou seja, quando há o emprego de algum tipo de violência ou ameaça para subtração do bem. Contudo, o aumento aponta para o roubo contra transeuntes em vias públicas, e o objeto subtraído tem sido com maior frequência aparelhos de telefone celular e bolsas”, esclarece o Capitão Erly de Jesus Costa, Comandante da 239ª Cia PM em Mariana.

Rúbia de Abreu, da Padaria Trigal, localizada na rua Dom Viçoso, relata que seu estabelecimento comercial foi assaltado três vezes em menos de 45 dias. “Apesar da base comunitária da Polícia Militar permanecer com constantemente na Praça Gomes Freire, logo aqui ao lado, os últimos acontecimentos tem me deixado insegura. Já tomei conhecimento de casos em que vários estudantes também têm sido assaltados”, declarou Rúbia.

Ainda segundo o Capitão Erly de Jesus Costa, desde o ano passado houve um grande esforço para levar o policiamento aos locais com maior incidência criminal. “Colocamos policiamento em portas de escolas, estendemos o patrulhamento na zona rural, realizamos diversas palestras com campanhas de autoproteção em escolas, comunidades urbanas e rurais, tendo como objetivo despertar as ações e medidas de prevenção contra o crime”, acrescenta o Capitão Erly. Diante da situação, as ações preventivas se fazem necessárias, além dos investimentos em armamento e treinamento dos oficiais, como as 32 câmeras “olho vivo” que foram instaladas na cidade, sendo 20 delas no centro histórico. As medidas educativas podem contribuir com a redução da criminalidade, evitando a reincidência de delitos praticados pelos mesmos criminosos. Atualmente, o presídio de Mariana abriga cerca de 140 presos e, desde abril de 2011, a Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) assumiu a manutenção da Cadeia Pública, dispondo de melhorias na infraestrutura com agentes penitenciários capacitados e treinados pela Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social.

Apesar disso, o diretor geral do presídio, Paulo Cézar do Santos, reafirma a necessidade de mais projetos culturais focados também na reinserção social, e destaca que neste ano já ocorreram reuniões para debater o desenvolvimento de um programa de atendimento ao presídio de Mariana por meio da Prefeitura. “A proposta é criar oportunidades e postos de trabalho. Estamos desenvolvendo um projeto que viabiliza uma sala de aula vinculada ao EJA (Escola de Jovens e Adultos) juntamente com um laboratório de informática. Além disso, também classificamos alguns presos que vão estudar e trabalhar em uma sela fazendo artesanato”, conclui Paulo César.

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