Manifestação após um ano da tragédia de Bento Rodrigues causa discussão entre vereadores

Mariana,
04 de Novembro de 2016

A manifestação dos integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) após um ano da tragédia de Bento Rodrigues causou discussão na reunião da Câmara de Mariana na segunda-feira (28). Segundo alguns vereadores, a manifestação, que é contrária a Samarco, pode prejudicar o retorno da mineradora na cidade. Com o objetivo de denunciar os estragos causados pela lama de rejeitos da Samarco, o Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) iniciou uma marcha na segunda (28) em Regência, no Espírito Santo, terminando na quinta-feira (3) em Bento Rodrigues, distrito destruído pela lama.

O vereador Bruno Mol, durante a palavra livre, disse que foi questionado por um jornalista da capital se a Câmara sabia que a manifestação era liderada pelo MAB, com o apoio da Arquidiocese de Mariana. “Eu disse que desconhecia a informação e aleguei que eu não acreditava nessa possiblidade, pois a Arquidiocese tem apoiado muito a nossa cidade, inclusive no combate a violência. Se uma empresa como a Samarco, que gera emprego e renda ficar inativa em nossa cidade, aumentará catastroficamente o índice de violência”, explicou.

Padre Geraldo Barbosa, da Arquidiocese de Mariana, destacou que tem parcerias com o MAB e que em nenhum momento disse ser contrário a retomada das atividades da Samarco. “No sábado (5) vamos celebrar uma missa em memória dos mortos e manifestar solidariedade aos que lutam na defesa de seus direitos. Em nenhum momento falamos que somo contra o retorna das atividades da Samarco. Somos a favor sim, mas que seja de forma responsável”, pontuou o padre.

A missa será às 19h, na igreja Sagrado Coração de Jesus, no bairro Colina, e terá a presidência do arcebispo de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha. Com o lema “Um ano de lama e luta”, o MAB promove uma programação de palestras e debates no fim de semana (4 e 5). Em sua página na rede social, o Movimento ressalta que o objetivo da manifestação é “cobrar resposta da empresa sobre o que será feito em relação as cidades que foram afetadas de maneira direta e indireta, e que até hoje vêm sofrendo consequências desumanas”.

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