Mariana comemora os 70 anos de elevação a “Monumento Nacional”

Mariana,
14 de Julho de 2015

Primeira vila, cidade e capital do estado, Mariana comemora nesta segunda-feira, 6 de julho, uma data histórica importante: os 70 anos de elevação a “Monumento Nacional”. O título foi concedido pelo presidente Getúlio Vargas, em 1945, em reconhecimento ao “significativo patrimônio histórico, religioso e cultural” da cidade e a sua “ativa participação na vida cívica e política do país, contribuindo na Independência, no Império e na República, para a formação da nacionalidade brasileira”.

Apesar do tombamento e das construções históricas, a cidade que completa 319 anos no dia 16 de julho não parou no tempo. A data é celebrada com uma série de medidas iniciadas pela Prefeitura de Mariana em defesa do patrimônio histórico.

Entre as ações, a inclusão de Mariana no PAC 2 Cidades Históricas, as obras de cabeamento subterrâneo no centro histórico, reformas de igrejas e monumentos tombados. Investimentos que garantiram o 1º lugar no ranking do ICMS Cultural 2016.

A história de Mariana, a primeira capital dos mineiros, começa a ser escrita no século 17, por bandeirantes paulistas que andavam pela região a procura de ouro. De Taubaté (SP), saiu uma expedição numa viagem que durou meses. Em 16 de julho de 1696 - dia de Nossa Senhora do Carmo - a bandeira chefiada por Salvador Fernandes Furtado de Mendonça achou ouro no rio, batizado de Ribeirão do Carmo.

Às margens do ribeirão cresceu um povoado que se transformou nessa bela e barroca cidade. Dessa forma, começou a história que se confunde com o Estado que nascia. Em pouco tempo, o arraial cresceu. Se tornou um dos principais fornecedores de ouro para Portugal. Não demorou para se tornar a primeira vila, criada na capitania.

Hoje, 319 anos depois, a cidade guarda tesouros de mais de três séculos e é conhecida por ser a primeira capital do estado. Um simples passeio pelo centro histórico revela traços de um passado marcado pela riqueza e a efervescência artístico-cultural e arquitetônica ainda viva no esplendor das igrejas. Logo na entrada da cidade, por exemplo, no alto de uma colina, parecendo proteger Mariana, está um dos ícones da arte daquela época: a igreja de São Pedro dos Clérigos, que, pela sua localização, proporciona ao visitante a mais bela vista da cidade. A construção é de 1752 e, embora inacabada, mantém em sua fachada uma característica revolucionária para o século XVIII, que é o plano barroco em redondo.

Ao descer a ladeira, um dos mais belos conjuntos de casarões seculares que enche os olhos de quem passa pela rua Dom Silvério. No trajeto um dos casarões chama a atenção: na altura do número 377, onde viveu o mestre da pintura barroca mineira, Manoel da Costa Athaíde. O artista, contemporâneo de mestre Aleijadinho, nasceu em Mariana em 1762 e morreu em 1837.

A vila que se ergueu no passado é patrimônio nacional. A vila de Ribeirão do Carmo, dos primeiros anos, perdeu importância econômica com a decadência do ouro, mas ganhou importância histórica.

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