Mariana discute gestão das águas em audiência

Mariana,
30 de Junho de 2015

Nestes tempos em que há a chamada crise hídrica, causada por estiagens mais longas e diminuição de chuvas na temporada regular, urge estudar medidas de controle do abastecimento, economia no consumo e combate ao desperdício deste líquido que é tão precioso. Com esse objetivo se reuniram os gestores das águas de Mariana e dirigentes de autarquias municipais já consolidadas, que compartilharam suas experiências e a sua forma de atuação. O encontro foi organizado pela Prefeitura de Mariana e pelo Serviço Autônomo Água e Esgoto (Saae).

O primeiro palestrante foi Wagner Melillo, diretor do SAAE de Itabirito, que se mostrou preocupado com a informação de que o consumo médio em Mariana é de cerca de 400 litros de água/dia per capta. “Em Itabirito nosso consumo é de 162 litros por dia por pessoa. Lá nós enxergamos a hidrometração como mecanismo de planejamento, de controle e que possibilita o acesso universal à água”, explica o gestor. Ele ainda citou a boa gestão das águas como indicativo de progresso e sabedoria nas civilizações antigas e finalizou com uma pergunta: “Como abastecer com equidade se não há controle?”.

“É preciso que tenhamos um sistema público de água com qualidade”, foi o que destacou Tânia Duarte, presidente da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae). Tânia deixa claro que, se implantada, a tarifa pelo consumo contribui na manutenção do sistema de captação, abastecimento e tratamento, e não configura “compra de água”. Ela cita como exemplos a água mineral, onde se paga dois, três reais numa garrafa de apenas 500 ml, enquanto muitas cidades oferecem seis, sete mil metros cúbicos de água tratada por uma tarifa que às vezes nem chega a R$20.

Tânia expôs dados que apontam que o ciclo da seca continua, pois cerca de 40 milhões de pessoas em nove estados brasileiros estão ameaçadas por ela este ano. Outro dado apontado é de que o nível dos principais rios brasileiros, como o São Francisco, Rio Doce, Paraíba do Sul e Rio Grande está muito abaixo do normal. O evento contou também com a presença de Luciana Moreira, diretora do SAAE de Senador Firmino, que fez observações pontuais sobre experiências do controle do consumo em sua cidade.

Em pouco menos de duas horas os presentes puderam ouvir os esclarecimentos dos convidados e ainda questioná-los sobre a gestão das águas. Baltazar, morador do bairro Cabanas, foi um dos que tirou suas dúvidas na audiência. “Por que temos que pagar por um recurso que é natural, que não compramos de ninguém?”, questionou.

O diretor executivo do SAAE esclareceu que o pagamento é pelo serviço, não pela água. “Temos despesas, como energia, pessoal, equipamentos, e a tarifa, quando vier, ajudará nessas despesas e também nos investimentos para melhorar o serviço”.

Mariana discute gestão das águas em audiência - Foto de Lauro SoaresMariana discute gestão das águas em audiência - Foto de Lauro SoaresMariana discute gestão das águas em audiência - Foto de Lauro Soares
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