Mariana sofrerá com demissões e corte em programas

Mariana,
16 de Dezembro de 2015

Após o rompimento da barragem de Fundão na quinta-feira (5) a Samarco anunciou a paralisação das atividades realizadas na região. Por conta disso, funcionários da empresa estão em licença remunerada e têm cargos garantidos pelos próximos 50 dias, depois disso os trabalhadores poderão ser demitidos.

O rompimento da barragem trouxe mortes, devastação e possivelmente desemprego à população de Mariana e região. Segundo informações do Portal 27, o diretor de Operações e Infraestrutura da mineradora, Kleber Terra, os trabalhadores diretos da Samarco possuem emprego garantido apenas pelos próximos 50 dias, depois disso a empresa terá uma resposta definitiva sobre o número de demissões e um panorama geral da situação.

O diretor explicou ainda que os funcionários estão em licença remunerada desde a terça-feira (10) e entrarão no mês que vem em férias coletivas até janeiro, com todos os direitos garantidos. Quanto aos terceirizados, Terra espera que sejam tratados da mesma forma. “A Samarco sempre tratou terceiros empregados da mesma forma. Almoçam conosco no mesmo restaurante, as taxas de frequência de acidentes têm os mesmos índices… o que nós pedimos as empresas é que deem o mesmo tratamento aos seus empregados que damos aos nossos”, finaliza o diretor. Se pronunciando especificamente sobre os terceirizados, o presidente da Companhia, Ricardo Vescovi, informou em coletiva na tarde de quarta-feira, 11/11, que buscou entendimento com as empresas parceiras, mas não deu qualquer tipo de garantia para a categoria.

Quando à paralisação dos embarques de minério de ferro, o diretor afirmou que os estoques da Samarco suprirão a demanda de novembro. Entretanto, a partir de então, sem a chegada do minério vindo de Mariana, os embarques e trabalhos operacionais cessarão.

Para o prefeito Duarte Júnior, a paralisação da mineradora trará outros malefícios para a população de Mariana, uma vez que mais de 80% da renda municipal provém da mineração. Com o fim das atividades, segundo Duarte, demissões e cortes em programas são previstos.

Ministério Público

O Ministério Público embargou a Licença de Operação (LO) da Samarco até 2019, o que impende que a empresa extraia ou processe minério de ferro na mina de Germano. As atividades poderão ser retomadas após adoção de medidas para reparo dos danos causados, o que consequentemente, diminuirá a renda municipal proveniente da mineração.

Segundo a rádio Mariana FM, o prefeito explicou ainda que devido a lama ter atingido uma correia da Vale, a empresa produzirá menos e com isso a contribuição dos royalties será menor. Duarte defendeu a permanência da Samarco na cidade. “A Samarco emprega mais de 400 pessoas. Se fecharmos a empresa teremos que fechar Mariana”.

De acordo com o site Território Press, para a filial do Deutsche Bank em Sydney, os custos dos trabalhos de limpeza e reconstrução da Samarco podem ultrapassar R$ 4 bilhões e a mina local poderá ficar fechada por anos.

Samarco e acionistas se posicionam

Em coletiva de imprensa na tarde de quarta-feira, 11/11, Ricardo Vescovi, presidente da Samarco, e os principais acionistas representados por Murillo Ferreira, presidente da Vale SA (segunda maior mineradora do mundo) e Andrew Mackenzie, da anglo-australiana BHP Billiton (maior mineradora do planeta) disseram ser cedo para acessar valores. Para Vescovi, o retorno das operações da Samarco dependem, ainda, de aval da sociedade como um todo.

Segundo Mackenzie, um fundo de restituição está sendo criado, para garantir as primeiras necessidades das vítimas, e posteriormente, soluções permanentes, incluindo indenizações.
Comments powered by Disqus

Newsletter

Acompanhe-nos

Encontre-nos no Facebook