Mariana tem novo prefeito

Mariana,
17 de Fevereiro de 2012

Após intenso trabalho investigando improbidade administrativa, Câmara cassa o mandato de Terezinha Ramos, que ficou menos de seis meses no cargo. Assume Roberto Rodrigues, também do PTB, antes o vice-prefeito

Os marianenses assistem a esse filme há muito e continuam a sonhar com a estabilidade administrativa. Na noite de terça-feira, 14, o mandato de Terezinha Severino Ramos foi cassado pelo legislativo em sessão extraordinária histórica, tensa e assegurada graças a um mandado de segurança expedido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) que permitiu o reinício dos trabalhos que seguiram noite adentro. A Comissão Processante (CP) concluiu que a prefeita cometeu infração política e administrativa ao utilizar recursos públicos para o pagamento de despesas pessoais para o escritório de advocacia “Bernardes & Advogados Associados” e, por oito votos a dois, os vereadores julgaram procedente o parecer. Assumiu imediatamente o cargo de prefeito da cidade o empresário Roberto Rodrigues (PTB) que embora vice-prefeito de Terezinha, não exercia de fato o cargo.

Terezinha pode recorrer da decisão ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Ela foi prefeita desde 31 de agosto, mas desde 2008 a administração da cidade vive um imbróglio político, tendo sido administrada por cinco prefeitos diferentes, e estando na sétima troca de chefe do executivo. Na solenidade de posse, Roberto Rodrigues defendeu a união do executivo e legislativo, uma vez que o pouco entrosamento entre os poderes tem marcado a política marianense e, além disso, assumiu o compromisso com os interesses da cidade. “Parabenizo a Câmara por essa atitude corajosa. Os poderes de nossa cidade devem conviver harmonicamente, por isso precisamos da ajuda dos vereadores para governarmos em prol do povo de Mariana, respeitando as opiniões, a pluralidade de ideias e partidárias, sem perseguição a servidores, e colocando sempre o interesse público em primeiro lugar”, considerou. Ele já designa o novo secretariado e trabalha para a normalidade do carnaval. Rodrigues agora assume o desafio de colocar Mariana nos trilhos da normalidade político-administrativa.

No dia 11 de novembro, o Legislativo aprovou a abertura da Comissão Processante em face de Terezinha com base na denúncia (96/2011) do cidadão Marcius Costa Machado, apontando que a ex-prefeita teria utilizado R$ 98 mil em recursos públicos para o pagamento de advogados. Um suposto vídeo sobre o caso também repercutiu na internet. Por cerca de três meses, os documentos foram analisados e testemunhas, de defesa e acusação, ouvidas. Durante a reunião, que resultou em sua cassação, o advogado de defesa, Geraldo Alex Miranda Baião, proferiu críticas à Comissão e solicitou, em vão, a nulidade do processo. “Esse é um julgamento meramente político, o processo contém inúmeros vícios e não está apto a julgar a prefeita, cujas ações a todo o momento se pautaram dentro da legalidade. Queremos sua nulidade”, alegou. Os vereadores Juliano Duarte (PPS) e José Jarbas Ramos (PTB) votaram contrários ao parecer pela cassação. A Comissão Processante foi integrada pelos vereadores Aída Anacleto (PT) Bruno Mol (PSDB) e Raimundo Horta (PMDB). Inicialmente a reunião foi marcada para os dias 9 e 10 de fevereiro.

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