Matriz Nossa Senhora de Nazaré é reinaugurada em Cachoeira do Campo

Ouro Preto,
08 de Setembro de 2014

No dia 29 de agosto, aconteceu a reinauguração da Igreja Nossa Senhora de Nazaré, localizada no distrito de Cachoeira do Campo, em Ouro Preto. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1949, a Igreja teve seu processo de restauração concluído com os recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento das Cidades Históricas) e foram destinados, aproximadamente, dois milhões de reais para a obra, sendo 1,8 milhão do governo federal e 200 mil do município.

A matriz é considerada uma das principais obras do chamado “estilo nacional português”, uma das mais antigas do acervo colonial de Ouro Preto. Apesar das obras terem sido iniciadas em 2012, desde 2011 a população ficou impedida de frequentar o templo religioso, que enfrentou um minucioso trabalho de recuperação, envolvendo mais de 25 profissionais da região e do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da UFMG. As celebrações voltaram a acontecer no dia 26 de agosto, momento que antecede o inicio da Novena e Festa da Padroeira de Cachoeira do Campo. Além disso, a reinauguração contou com uma programação especial que se encerrou no dia 31 de agosto, com o encontro de bandas na Praça Felipe dos Santos.

A riqueza histórica da Matriz

Durante as obras, a equipe de restauração pôde comprovar a existência de um grande painel no forro da Igreja, já suspeitado por alguns pesquisadores. Foram feitas análises em ultravioleta e raio-x que confirmaram a descoberta de uma obra de Manuel de Matos, com data estimada de 1755. O orçamento previsto não incluía a restauração da obra, mas os laudos técnicos e a comprovação científica são atestados relevantes para a história do templo. Além da sua beleza artística, a Matriz também foi palco de importantes fatos históricos de Minas Gerais. Foi nela que aconteceu a cerimônia de nomeação do primeiro governador do Estado, o português Manuel Nunes Vieira, durante a Guerra dos Emboabas. Ainda foi cenário de fundo donde o minerador Felipe dos Santos acabou sendo torturado, antes de condenado ao enforcamento.