Moradores do Cabanas pedem socorro com o início das Chuvas

Mariana,
27 de Setembro de 2012

Desde 2009, no Cabanas, o morro acima da casa 81, na Rua Santa Luzia, ameaça desabar. Aliás, pode-se dizer que no final do ano passado, essa promessa foi cumprida. Mas o problema permance. Mais precisamente, no dia 17 de dezembro, Airton Costa e família, que ali residem, tiveram que sair “às pressas” de sua moradia, por orientação da Defesa Civil. Pois desceu “uma cachoeira” de barro em direção a sua residência. Saíram. Mas precisaram voltar, por dificuldades com o pagamento do aluguel.

Na verdade, o problema estaria na travessa Araguari, que fica em cima do morro. Nela não há locais de escoamento de água. Ela desce praticamente sem contenção alguma. O único obstáculo que encontra é o matagal que cobre a encosta. No entanto, percebe-se que é um mato disperso e sem uma camada firme de solo para impedir o assoreamento. Pode-se dizer que ali já se teria formado uma ravina. E um agravante, em cima dela, na beirada, encontra-se a residência de número 161, onde mora a família de Arlindo Neves Bernardino.

Eles tiveram as mesmas intervenções da Defesa Civil que a casa 81 da Santa Luzia. No entanto, pelo mesmo motivo, dificuldades com o pagamento do aluguel, tiveram voltar. A casa deles não ameaça ser invadida pela chuva. A promessa é outra: desabar morro abaixo, em cima da residência de Airton. Arlindo pontua a necessidade “de um muro lá embaixo (na Rua Santa Luzia) e um coletor de água nessa rua (Araguari)”. E reclama do descaso do Executivo no decorrer dos anos: “parece que a gente não vota”. De acordo com ele, dois ofícios foram enviados e “até agora nada”. Já supõe inclusive a necessidade de ele mesmo “botar a mão na massa”, para tentar arrumar um paliativo para a situação.

E por esse mesmo motivo, por fazer intervenção em área de risco, Airton Costa foi a um mês denunciado à Defesa Civil. De acordo com ele, foi o “próprio pessoal da rua, só que não sabe quem é”. Em relação a esse órgão, o morador do 81 afirma que já foi até lá “quatro ou cinco vezes nesses três anos”. Basicamente, a Defesa Civil solicitou que ele saísse em dezembro do ano passado, “debaixo de chuva”, no dia 17. Oito dias depois foi emitido um relatório, quando se cadastrou na Prefeitura para “ter direito ao aluguel social”, que lhe teria sido negado, pois sua renda ultrapassaria o permitido. Ele afirma que “não é o caso”.

Outra pessoa que mostra grande preocupação é a esposa de Airton, Maria das Graças Costa. “Na época de chuva é muito triste. A gente só pensa o pior”, desabafa a moradora, que não consegue dormir por medo do desabamento. Além disso, materialmente falando, por ter saído da sua residência no final do ano passado, debaixo de chuva, perdeu um armário de sucupira.

Quem tem acompanhado isso tudo de perto é Raimundo Silvestre, ex-presidente da Associação de Bairros do Cabanas do Barão. Quando de sua gestão, em 2009, o problema do desabamento começou, e seguiu até 2011. Segundo ele, quando solicitou auxílio da prefeitura em várias questões, essa incluída, “o retorno que a Associação teve foi referente a apenas um ofício. Tratava de questão da Rua Diamantina, onde havia uma erosão no início da rua. Foi feito um muro de arrimo”. No entanto, fora essa situação, não obteve respostas documentais, diz. Sobre o caso da Santa Luzia e a Travessa Araguari, o seu entendimento é de que “é um descaso com a vida humana. O que está sendo colocado em risco é a vida de pessoas”.

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