Mortes por febre amarela são confirmadas em Mariana

Mariana,
19 de Janeiro de 2018

Prefeitura intensifica ações de combate a doença e faz alerta para carnaval

Em Mariana, foi confirmada a morte de duas pessoas por febre amarela. Durante uma coletiva de imprensa, que aconteceu na manhã da sexta-feira (12) representantes do executivo municipal esclareceram os óbitos, repassaram orientações de prevenção da doença e ainda pediram para quem for passar o carnaval na cidade, que tome a vacina para imunização.

O prefeito Duarte Júnior e o secretário Danilo Brito, acompanhados de uma equipe técnica, deram mais detalhes dos óbitos registrados no município. Em ambos os casos, as vítimas tinham mais de 60 anos, moravam na zona rural e não tinham tomado a vacina. Uma das vítimas é um homem, de 65 anos, que morava em Águas Claras. A outra, uma mulher de 69 anos, de Cláudio Manoel.

Sobre os três macacos encontrados mortos, na segunda quinzena de dezembro do ano passado, em um deles, achado no Engenho Queimado, subdistrito em Cachoeira do Brumado, foi possível detectar a doença. Os outros dois, encontrados no subdistrito de Ponte do Gama, não foi possível confirmar, visto que já estavam em estágio avançado de decomposição. Ambos locais ficam próximos a Barra Longa, cidade onde também já foram confirmadas duas mortes pela doença.

O secretário Danilo revelou a suspeita de mais duas pessoas infectadas, que passam por exames. Um é morador do bairro Cabanas, mas que esteve na cidade de Barra Longa, onde passou a virada do ano. Seu irmão, que mora em São Paulo, também esteve no mesmo local e foi infectado. Este não resistiu e veio a falecer na sua cidade. O outro caso suspeito é de um morador da Serra do Lico, em Mainart.

Campanha intensificada

Diferente de 2017, a maior preocupação do município este ano são com moradores dos distritos e subdistritos, já que a maioria é idosa. A vacinação para pessoas acima de 60 anos requer avaliação médica, devendo ser observadas a presença de morbidades que contra indiquem a vacinação e análise cuidadosa de risco versus benefício. Por isso, a prefeitura adotou uma nova campanha e método diferenciado de vacinação. “Estamos lidando com a febre amarela silvestre. As nossas equipes, acompanhadas de um médico, vão até essas regiões e avaliam caso a caso se o idoso pode ou não receber a vacina, atendendo a recomendação do Ministério da Saúde. Essa recomendação tem afastado o idoso de tomar a vacina, o que é um risco enorme. Ainda há algumas recusas. As pessoas precisam entender que a vida delas estão em risco e é preciso tomar a vacina”, ressalta o prefeito.

De acordo com a prefeitura, atualmente, 96% da população de Mariana está imunizada.

Dados atuais

De acordo com informativo da Secretaria Estadual de Saúde, até a tarde da quinta-feira (17) foram confirmados 22 casos de Febre Amarela em Minas Gerais, destes, 15 evoluíram para óbito e outros 46 casos continuam em investigação. Entre as cidades mineiras está Barra Longa, com a suspeita de um caso, e Mariana, com nove.

Carnaval

O prefeito Duarte Júnior destacou a importância da vacina, principalmente antes do carnaval, já que há um deslocamento maior de pessoas entre distrito e sede, além da vinda de turistas. “É importante que as pessoas se vacinem antes de viajar, pois a imunização ocorre depois de 10 dias da aplicação”, enfatiza Duarte. Em Minas Gerais a dose é única e não fracionada, como em São Paulo e na Bahia.

A Vacina

A vacina contra a febre amarela é considerada altamente segura. Ela é feita do vírus vivo e cultivado em clara de ovo, por isso, em determinados grupos de pacientes, como aqueles que estão com o sistema imunológico debilitado ou que têm alergias a elementos do ovo, a imunização pode causar problemas graves. Gestantes, pessoas em quimioterapia e em determinados tratamentos de saúde não podem receber a vacina por causa dos riscos de reações graves. Já as pessoas que pretendem doar sangue devem esperar 30 dias após a vacinação para o procedimento.

Caso a pessoa que se encaixe em um desses casos resida ou viaje para lugares com risco da doença, é indicado se submeter a uma avaliação médica que pondere riscos e benefícios de tomar o medicamento preventivo.