Mulher morre dias depois de ser agredida por namorado em Itabirito

Itabirito,
12 de Janeiro de 2018

A suspeita é de que as agressões tenham causado um AVC, levando a vítima a óbito 20 dias após o ocorrido

Aumenta cada vez mais o número de mulheres que sofrem agressões por parte de seus companheiros. Infelizmente, essa é uma triste realidade também em Itabirito, que ficou chocada na última sexta-feira (5) com a morte de uma mulher de 38 anos. A causa da morte foi um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que pode ter sido desencadeado após a vítima ser agredida pelo seu ex-namorado. A Polícia Civil investiga o caso, mas nenhum mandado de prisão foi expedido ao suspeito agressor.

O caso teve início no dia 16 de dezembro, quando a vítima teria sido agredida brutalmente pelo seu companheiro com socos e pontapés, até ficar inconsciente. A agressão teria ocorrido em um bar no bairro São Matheus, motivada por ciúmes. A mulher foi socorrida em Itabirito e em seguida foi internada no pronto socorro João XXIII, em Belo Horizonte, onde permaneceu em estado grave por alguns dias. Depois, recebeu alta, mas já em casa sofreu o acidente vascular. Ela chegou a ser levada para a UPA da cidade, mas não resistiu e faleceu na sexta-feira (6). O agressor estaria foragido após a briga e não foi localizado pela nossa reportagem.

A Polícia Civil de Itabirito abriu investigação sobre o caso e no momento ouve as testemunhas e analisa os laudos para saber a origem do AVC da vítima, se decorrente das agressões.

A escrivã da Lei Maria da Penha de Itabirito desde 2010, Luciana Santana Senem, conta que conversou com médicos legistas para entender as causas de um AVC. “É preciso analisar todos os dados cuidadosamente, pois temos que agir com responsabilidade. Estamos ouvindo testemunhas e consultamos médicos legistas para sabermos qual a causa do AVC na vítima, que pode se dar por três fatores: ela pode ter batido a cabeça e gerado um coágulo na pancada que levou a isquemia, pode ser por um problema de stress causado por uma relação complicada, ou por questões naturais. Tudo será analisado cuidadosamente”, ressalva.

Luciana destaca que é importante denunciar, procurar a delegacia para esclarecimentos e auxílio. A escrivã ainda pontua que não registrou nenhum caso de pedido de medida protetiva no caso dos envolvidos citados na matéria, mas há um pedido realizado em 2016 contra o suspeito, em que sua esposa na época pede que ele fique a 100m de distância dela. “Quando o assunto é relacionado à mulher, é prioridade da Justiça. Tudo acontece muito rápido no caso de pedido de medidas protetivas”, destaca.

A escrivã divulgou que em 2017 foram mais de 90 pedidos de medidas protetivas. Só no inicio deste anos, já foram três.

Iniciativas

No dia 11 de dezembro, a Comarca de Itabirito, em parceria com o Município, promoveu a Roda de Conversa sobre todas as formas de violência contra as mulheres. A iniciativa é uma proposta do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que tem como objetivo criar o empoderamento da mulher, visando encorajá-la a denunciar os atos de violência praticados no âmbito doméstico e fora dele. “Queremos desenvolver atividades buscando a interrupção do ciclo de violência e consequentemente a redução dos altos índices de agressões às mulheres”, explica o juiz de Direito de Itabirito, Antônio Francisco Gonçalves.

Caso Recente

Na cidade de Mariana, na tarde do domingo (7), uma mulher de 23 anos foi morta no bairro Cartucha. A suspeita, segundo a Polícia Militar, é de que o seu companheiro teria sido autor do crime.

A irmã da vítima foi quem acionou os policiais, após encontrar a vítima já sem vida. Segundo informações, houve uma briga entre a jovem e seu marido na madrugada do dia anterior. Tanto o suspeito quanto uma motocicleta sumiram da casa.

A perícia compareceu ao local, onde constatou a morte da jovem, e recolheu quatro munições intactas de calibre 32, que estavam dentro de uma mochila. A causa da morte não foi determinada nas informações repassadas pela polícia.

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