Órgão Arp Schnitger da Catedral de Mariana comemorou 30 anos de sua 1ª restauração

Mariana,
18 de Dezembro de 2014

Primeira restauração do Órgão Arp Schnitger de Mariana completou 30 anos com um concerto especial, no domingo, dia 07, com a organista Eliza Freixo e o flautista Maurício Freire. Foi uma homenagem que a Fundação Cultural e Educacional da Arquidiocese de Mariana (FUNDARQ) prestou aos beneméritos Governador Aureliano Chaves na pessoa de seu filho Senador Antônio Aureliano Sanches de Mendonça, que estava acompanhado da esposa, Matilde Mendonça, e ao engenheiro Francisco Noronha, ali representado pela filha Suzana Noronha. Representou o arcebispo Dom Geraldo Lyrio o bispo Dom Francisco Barroso.

Em 1978, Dom Oscar de Oliveira solicitou ao Governador apoio para restituir o Órgão à sua função de difundir a música barroca e dar suporte às celebrações litúrgicas.

Com investimento de empresas coordenadas por Francisco Noronha, o instrumento foi levado para a Alemanha passando por ampla reforma nas oficinas de Rudolph von Bekherath. Desde 1984, vem cumprindo extensa programação nas celebrações litúrgicas, além dos concertos regulares, didáticos e os internacionais.

Entre 2000 e 2002, com o patrocínio da Petrobras e outras empresas, foi realizada pela Bernhardt H. Edskes uma 2ª restauração para alcançar o máximo da originalidade do instrumento, fabricado pelo célebre organeiro de Hamburgo, Arp Schnitger, o mesmo que Sebastian Bach contratava. A FUNDARQ procura garantir suas condições técnicas e administrativas necessárias ao desenvolvimento de um programa permanente e busca o envolvimento de outras instituições e organismos para a inserção desse importante instrumento no processo de difusão da música barroca e da consolidação de seu papel histórico nas celebrações religiosas.

Em 1701, Schnitger entregou dois órgãos para clientes portugueses. Um deles foi adquirido por D. João V, rei de Portugal, para presentear Mariana, elevada, a seu pedido, pelo Papa Bento XIV à condição de Diocese. Assim, D. João V, ornava, com um instrumento valioso, a Catedral e homenageava a cidade cujo nome, por determinação régia, passaria a ser o mesmo de sua esposa, Maria Ana D’Áustria. A instalação do novo Bispado, a elevação da Vila do Ribeirão do Carmo a cidade com o mesmo nome da rainha e a doação pessoal do Órgão Arp Schnitger significavam a consolidação do braço ultramarino da Corte Portuguesa no interior das Minas. Morto D. João, o filho D. José I cumpriu sua promessa, enviando o Órgão a Mariana em 1752.

São quase três séculos de convivência fazendo se confundirem as histórias da primeira Capital de Minas e deste instrumento até mesmo quando se registrou um intervalo de silêncio de 50 anos, de 1934 a 1984, sem o seu funcionamento por razões de ordem técnica e não se dispor de mão-de-obra especializada para sua restauração. De certa forma, o não ter sido utilizado por meio século acabou sendo benéfico já que não houve qualquer interferência negativa. Assim, o Arp Schnitger, único existente fora da Europa, mantém-se como um dois mais originais do mundo e, o mais precioso instrumento musical do Brasil. Com propriedade, o Arcebispo Dom Geraldo Lyrio afirma: “é um bem que pertence à humanidade e por ele zela a FUNDARQ cumprindo sua missão de guardiã de nosso patrimônio cultural.”

por Roque Camêllo

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