“O Gigante acordou”. A frase está na boca do povo em todo o Brasil, e em meio às diversas manifestações decorridas, em primeira mão contra o aumento, considerado abusivo, das tarifas de ônibus urbanos, acompanhando de uma onda de insatisfação contra a situação político-administrativa do Brasil, Ouro Preto também resolveu “acordar”.
O reajuste da tarifa foi realizado em Ouro Preto em meados de abril, sendo algumas discussões realizadas na Câmara Municipal da cidade, onde poucos estudantes chegaram a participar com cartazes. Críticas foram feitas contra o Conselho Municipal de Transporte, mas a discussão não foi além. Vereadores chegaram a criticar a postura de estudantes e moradores da cidade que se diziam insatisfeitos nas redes sociais, enquanto não se manifestavam e nem buscavam cobrar diretamente dos responsáveis.
Felizmente, a grande onda de protestos serviu para encorajar também os ouro-pretanos, que agora saem às ruas. O movimento foi impulsionado por um grupo de estudantes da Ufop que se reuniu na quarta-feira (17), para traçar estratégias de uma manifestação prioritariamente pacífica, que ocupasse o Centro Histórico de Ouro Preto.
Organizada, a reunião contou também com a presença de estudantes do IFMG e de moradores da cidade, que discutiram e acordaram que o tema principal da intervenção seria mesmo o aumento da passagem do transporte coletivo. O que se diz em todo o Brasil é que a questão foi uma espécie de “estopim” para a manifestação de uma série de insatisfações que o povo brasileiro vinha passando, no caso dos ouro-pretanos também, mas segundo líderes da manifestação, foi necessário foco, para que ao menos o anseio pela volta do antigo valor da passagem fosse alcançado.
E assim se formou uma intervenção, repleta de precauções como: levar algodões para por nos ouvidos e amenizar o impacto causado no caso de explosões de bombas, soro fisiológico para diminuir o choque de sprays de pimenta, panos brancos nas janelas das repúblicas, indicando locais para que servirem como abrigo, além de mochilas abastecidas com vinagre, panos, blusas reservas, comida, água e máscaras.
O protesto foi realizado na quinta-feira (19) com concentração marcada para as 15h na portaria principal da Ufop. A caminhada chegou à Praça Tiradentes por volta das 17h 20min. Os discursos dos organizadores explicaram questões como licitação e planilhas de custos que devem ser levados em consideração para o cálculo da passagem, em seguida o hino nacional emocionou todos os presentes no local. Felizmente, não houve confronto com policiais, que estiveram a postos para garantir a segurança dos presentes.
Durante a manifestação, autoridades não chegaram a se pronunciar. Os coordenadores do protesto afirmam que o direito de resposta garantido aos representantes do Conselho Municipal de Transporte e da empresa Trancotta será respeitado no domingo (23) na Concha Acústica do Campus Morro do Cruzeiro.