Ouro Preto guarda obra de Niemeyer

Ouro Preto,
09 de Dezembro de 2012

“Niemeyer permanece em Ouro Preto, a cidade do Aleijadinho, como expressão do gênio brasileiro e do empenho na preservação de um patrimônio mundial”, disse o prefeito Angelo Oswaldo, ao enaltecer a vida e a obra do arquiteto falecido dia 5, pouco antes de completar 105 anos de idade. Oscar Niemeyer projetou, em 1939, o Grande Hotel de Ouro Preto, uma das referências da primeira arquitetura modernista no Brasil.

Angelo Oswaldo lembra que a presença do arquiteto em Minas Gerais, onde se acha grande parte de seu acervo, começou em Ouro Preto, antes da Pampulha e de Cataguases. Ao visitar a cidade, em 1938, o presidente Getúlio Vargas autorizou a construção de um hotel de turismo, a pedido do prefeito Washington Dias. O diretor do IPHAN, Rodrigo Melo Franco de Andrade, pediu um projeto ao arquiteto Carlos Leão, mas, juntamente com Lúcio Costa, optou por um risco fora do modelo neocolonial. A ideia foi não copiar ou falsear, mas erguer uma arquitetura de linhas contemporâneas e de caráter utilitário, sem competir com a autenticidade monumental de Ouro Preto.

Foi assim que surgiu o Grande Hotel, cuja reforma o próprio Oscar Niemeyer fez questão de definir, em 1993. O arquiteto projetou, nessa ocasião, um bloco anexo, na parte posterior do Grande Hotel, após fazer uma série de sugestões para adequar os ambientes da edificação. O projeto deve ser realizado, segundo a direção do Grande Hotel.

O prefeito Angelo Oswaldo disse que Niemeyer tinha grande admiração por Ouro Preto e pelo legado do Aleijadinho. “Para a nossa cidade, ter um edifício pioneiro de Oscar Niemeyer é mais um dado histórico e cultural do maior significado. Trata-se de obra que ele projetou em respeito à originalidade e à homogeneidade do conjunto urbano tombado, numa época em que Ouro Preto ainda se achava quase por inteiro mergulhada no passado. Sentiremos sempre a sua presença entre nós, ao lado do Aleijadinho, porque ambos representam, de modo insuperável, toda a inventividade da arte brasileira”.