Ouro Preto volta à normalidade, mas chuvas deixam rastro de destruição

Ouro Preto,
27 de Dezembro de 2011

Com suas características topográficas e geológicas peculiares, Ouro Preto se transformou num palco de incidentes por causa da grande intensidade das chuvas nos últimos dias. Desde a quinta-feira, 15, uma força-tarefa integrada pelas equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Guarda Municipal, Departamento de Limpeza Urbana, Secretarias Municipais de Obras e de Meio Ambiente, Polícia Militar e a Civil se desdobrou 24 horas para atender ao grande número de ocorrências, principalmente nos bairros Taquaral, Piedade, Santa Cruz, São Francisco, Padre Faria e São Cristovão. Felizmente, até o momento não se registrou mortes e os casos são pontuais. Mas a situação é delicada e requer cuidados, pois ainda há na cidade inúmeros pontos de deslizamentos de terra, casas condenadas, famílias removidas, afundamentos nas ruas e queda de árvores. Com a estabilização das condições do tempo, o município agora realiza o monitoramento das áreas de riscos, tendo em vista a possibilidade de mais temporais.

Um reflexo desse cenário foi na manhã de terça-feira, 19, quando um dos eucaliptos da Rua 13 de Maio, no Piedade, não resistiu a desmoronamento de encosta e veio a cair “em cheio” sobre uma residência, nas proximidades de antigo depósito de gás. A casa havia sido condenada um dia antes pelo Corpo de Bombeiros. O proprietário, Joaquim Gomes dos Santos, afirma que antecipou a destruição parcial da residência. “Há quatros anos venho solicitando o corte dessas árvores à Prefeitura. Elas já estavam comprometidas e ninguém tomou providência”, diz o morador. No local, os agentes realizaram uma operação para ancorar as demais árvores por meio de cordas e podas de cima para baixo. A iminência de novas quedas deixam os moradores da rua em alerta, sendo que seis famílias tiveram que abandonar suas casas. Ouro ponto crítico da cidade é a Rua Francisco Isaac, no Pe. Faria, onde casas desabaram.

O município apresenta um total de mais de 60 pontos de deslizamentos. De acordo a Defesa Civil até esta quinta-feira, registraram-se um total de 25 desabrigados e 17 desalojados. A Secretaria de Assistência Social e Cidadania auxilia na retirada e no acolhimento de moradores de imóveis com riscos. Eles foram encaminhadas temporariamente para casas de amigos, parentes ou para abrigo público. Segundo o secretário de Assistência Social, Paulo Xavier (Pilita) 26 famílias já foram acolhidas pelo programa Bolsa Moradia, um estudo social e financeiro das famílias retiradas de suas residências, que avalia a situação de cada uma e dá um auxílio para o chamado aluguel social.

O prefeito Angelo Oswaldo e o seu secretariado acompanham a situação. “Devido ao plano de contingenciamento desenvolvido pelo executivo e a mobilização de diversos setores, evitamos prejuízos maiores. É importante que os moradores não ajam à revelia da lei e da fiscalização, pois a colaboração e a conscientização da população são essenciais para contermos os danos e preservarmos a vida”, afirma Angelo. A orientação é que a população não jogue lixo e entulhos nas ruas e encostas, auxiliando na limpeza dos bueiros e das vias públicas. Um alerta também aos motoristas, pois os acidentes aumentam consideravelmente nas estradas. Em caso de emergência, o telefone da Comdec é 199 e o do Corpo de Bombeiros é 193.

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