Parque das Andorinhas passa por dificuldades e é alvo de críticas

Ouro Preto,
15 de Julho de 2013

O Parque das Andorinhas, riqueza natural de reconhecido valor histórico, cultural, paisagístico e turístico na região de Ouro Preto, é alvo de reclamação de vários moradores e turistas que visitam o local. O investimento no local parece não ter sido tão constante, o que faz com que as pessoas reclamem da falta de segurança, informações, sinalização e de conforto na área.

Visitantes reclamam que só há dois vigias trabalhando no local, deste modo, eles não conseguem acompanhar os visitantes nas trilhas já que, para isso, teriam que abandonar o salão de visitas. Eles acham esse fato perigoso, pois, segundo informam, existem trilhas fechadas no local, com animais peçonhentos e buracos decorrentes da formação rochosa. O supervisor da equipe operacional do Parque, Ian Belo, explicou que são quatro guardas-parques que se revezam, trabalhando dois por dia, em turnos.

Segundo Belo, a demanda é grande e realmente não há como os guardas acompanharem os visitantes. O Parque tem passado por uma deficiência tamanha, que os quatro guardas-parques precisam se dividir para o combate a incêndios, atendimento a possíveis acidentes, vigia para evitar criminalidade, poluição e desmatamento. Lembrando que a obrigatoriedade do acompanhamento de guias, não é uma tendência das unidades de conservação de proteção integral.

Outra questão preocupante é que a lanchonete existente no local não está funcionando regularmente nos últimos tempos. O motivo seria a falta de funcionários e as deficiências nas condições de trabalho, tais como transporte. É valido lembrar que o local não está abandonado, somente passando por algumas deficiências que acabam incomodando e preocupando as pessoas que costumam passear por lá.

Falta especialização

O que acontece, de fato, no Parque Municipal das Andorinhas é que a empresa responsável pelo local, não seria empresa especializada em unidades de conservação, trata-se de uma empresa de construção civil. De acordo com Ian, que recebe pela firma, ela não tem especialidade nenhuma para guardar o parque, além de não ter completado obras de sua responsabilidade, como a construção das churrasqueiras, quadras e portarias. Segundo informações de envolvidos no Parque, houve falta de cooperação da gestão municipal. “É um verdadeiro jogo de empurra-empurra”, explicou.

“Não se pode afirmar o que realmente causou o abandono das obras, apenas sabemos que as obras foram canceladas após a troca da gestão municipal, e abandonadas no estágio em que se encontram hoje. A situação pode ser comprovada com uma visita ao local” informa o supervisor. De qualquer forma, Ian acredita que a atual empresa vencedora da licitação e responsável pelo parque a cerca de cinco anos, provavelmente está “ligada à politicagem que impera na cidade”, já que até as pessoas contratadas para atuar no local entram por meio de indicações e sem ter um treinamento adequado.

Ele explicou que para evitar que a situação siga assim, um novo edital já está em vigor para contratar uma nova empresa responsável. Nele há um termo de referência que orientará a licitação e o contrato de gestão do parque. Os apaixonados pelo local têm esperança de que esse termo de referencia resolva o problema na contratação de uma nova empresa.

Mesmo com tantos problemas, Ian e os demais guardas-parques garantem que muita coisa mudou de alguns anos para cá, como a erradicação da criminalidade e a limpeza do parque, que já não tem tantos entulhos espalhados pela área. Várias melhorias têm também a ver com a atuação da Brigada 1, que é um grupo voluntário que atua junto ao Corpo de Bombeiros para garantir a segurança do local.

É válido lembrar ainda que o parque depende da colaboração da comunidade. Ian afirma que as atitudes negativas de várias pessoas da comunidade também atrapalham o funcionamento do local, o desrespeito ao parque e mau uso, como casos de churrascos feitos próximo às cachoeiras e até a prática de motocross no local. O parque permanece aberto todos os dias da semana.

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