Após polêmicas, a construção do novo espaço físico da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis do Padre Faria está prestes a se concretizar. Na terça-feira, 11, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural de Ouro Preto (Compatri), formado por grupo técnico representativo da sociedade ouro-pretana, aprovou o projeto arquitetônico da obra. O novo galpão depende agora do aval favorável do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A previsão do órgão é de que até a próxima semana a melhoria esteja liberada.
A morosidade na aprovação motivou a mobilização da Associação, que se viu na iminência de perder os recursos doados pela Novelis, como demonstrado na edição nº 1023 de O LIBERAL. “Estamos há um ano esperançosos. O galpão irá garantir condições adequadas de trabalho aos nossos profissionais” destaca a presidente da Associação, Maria das Graças Carvalho, a Gracinha. O valor total da obra, cerca de R$57 mil, está sob responsabilidade administrativo-financeira da Agência de Desenvolvimento Econômico e Social de Ouro Preto (Adop), que os recebeu da empresa com a finalidade de gerenciar a iniciativa.
O projeto elaborado seguiu os trâmites necessários à sua aprovação. Antes da deliberação do Patrimônio, foi analisado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. “Isso acontece com toda e qualquer planta e edificação no âmbito do patrimônio tombado. Mas desde a apresentação do projeto houve um diálogo permanente entre as secretarias e técnicos da Prefeitura, a fim de realizar as mudanças para readequá-lo dentro das normas ambientais e culturais”, explica a secretária Maria das Graças de Melo Ferreira, a Filinha. A sede da associação localiza-se nas proximidades da Capela do Padre Faria.
O gestor do Núcleo de Projetos da Adop, Vandeir Assis, realizou esclarecimento público sobre a questão durante sua participação na Tribuna Livre da Câmara, na semana passada. Ele comemora o estágio avançado do processo, e garante que os recursos serão definitivamente investidos em prol da entidade. “A aprovação está na reta final. Mas independentemente de o projeto ser aprovado ou não, os recursos estão assegurados e poderão, em última instância, ser investidos em outra melhoria que garanta, tal como o galpão, mais segurança e bem-estar aos profissionais da reciclagem”, afirma. Vandeir ainda esclarece que, por serem recursos privados, não existem riscos com a mudança de governo municipal. “Assim como acontece com outros importantes projetos que se viabilizam por meio de parceria entre a Adop e a iniciativa privada, a realização das benfeitorias na Associação terá sua continuidade e ciclo normal”. A Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis do Padre Faria arrecada, mensalmente, cerca de 50 toneladas de material que seriam destinados ao aterro sanitário da cidade.