Período chuvoso causa estragos e preocupa moradores de áreas de riscos

Mariana,
09 de Dezembro de 2011

Moradores dos bairros São Gonçalo, Santo Antônio, Cabanas, Santa Rita de Cássia, Rosário, entre outros locais aonde o período chuvoso traz sérias preocupações em Mariana participaram da reunião ordinária de segunda-feira, 5, da Câmara Municipal. A pedido do vereador Juliano Vasconcelos, o coordenador da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), Marlon César Arantes, esteve na Casa para prestar esclarecimentos, traçar o contexto das chuvas no município e falar sobre as ações de contenção de riscos em parceria com a Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano.

Segundo Marlon, atualmente 33 pessoas já tiveram que abandonar suas residências e se instalarem em abrigos públicos do município. Entre os bairros e regiões afetadas estão o São Pedro, Santo Antônio, Colina, os distrito de Cláudio Manoel e Barro Branco. De acordo com o coordenador, o último mapeamento de riscos foi feito em 2003. Ele também admitiu a falta de estrutura do órgão diante das atuais demandas. “O Plano Diretor de Mariana não é cumprido plenamente e grande parte dos problemas são acarretados pela Defesa Civil, que comporta atualmente uma demanda muito grande. Infelizmente, não há um trabalho de prevenção, qualificação e monitoramento ao longo do ano e quando chegam às chuvas, nosso trabalho se resume ao socorrismo e ao paliativo. Dentro de nossas possibilidades, temos dado todo o apoio necessário às famílias desabrigadas”, diz o coordenador, que ainda aproveitou para cobrar a revisão do Plano Diretor, a regulamentação das áreas de invasão e a aquisição de veículo próprio, para atender às solicitações longínquas”.

Grande parte das áreas de invasão apresentam potenciais riscos de deslizamentos e desabamento, tais como nos bairros Santa Rita de Cássia, no Alto Rosário (Morada do Sol) Alferes (Jardim dos Inconfidentes) Santa Antônio (Rua Projetada) entorno do conjunto arqueológico do Morro do Gogô (Morro Santana) e no Alto do São Gonçalo. O vereador professor Reginaldo de Castro enfatizou a importância de uma ação sistemática e propôs a realização de parcerias. “Temos que prever os índices de chuvas, de repente em parceria com a Vale, que já possui uma estação meteorológica, e ir direto às pessoas em risco iminente. Além disso, precisamos de parcerias com a Ação Social para auxiliarmos as famílias desabrigadas”, destaca.

Regulamentada em 2009, a Defesa Civil de Mariana possui um conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e reconstrutivas, destinadas a evitar ou minimizar os desastres naturais e os incidentes tecnológicos, restabelecendo, nestes casos, a normalidade social. Os atendimentos da Defesa Civil podem ser efetuados pelos telefones 199 ou 3558-5468.

Moradias populares

Durante a sessão do legislativo, a dona de casa Graciela Fernanda de Souza, moradora do alto do São Gonçalo, na região conhecida como “Terra Preta”, questionou se algum recurso de moradia irá atender à população das áreas de invasões. A vereadora Aída Anacleto disse que, neste caso, o “executivo não pode intervir, por se tratar de uma área ilegal”. O vereador Bruno Mól pediu ao coordenador da Defesa Civil uma vistoria à localidade para averiguar a real situação da área. “Esta Casa não comunga com as invasões, muitas com fins políticos, mas existem vidas em jogo que merecem dignidade e não podem ficar a mercê”, considera. Segundo o presidente da Casa, Geraldo Sales de Souza (Bambu), “Mariana precisa acabar com as políticas assistencialistas e planejar o futuro da questão habitacional”.

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