Presidente do Sindicato da Vale defende aumento da carga horária de trabalho

Itabirito,
18 de Junho de 2014

A proposta é de que os turnos passem de 6 para 8 horas trabalhadas

Durante a reunião da Câmara de Itabirito da segunda-feira (9) o presidente do Sindicato Metabase de Belo Horizonte, Sebastião Alves de Oliveira, esteve presente para esclarecer as dúvidas sobre a mudança da carga horária de trabalho dos funcionários da Vale, de 6 para 8 horas.

De acordo com o vereador Rocha do PT, autor do requerimento solicitando a presença do presidente, o convite se fez necessário por muitos trabalhadores da Vale o procurarem. “Eu recebi questionamentos a respeito dessas mudanças. Muitos funcionários afirmaram que se sentem coagidos frente à empresa. Nós queremos entender o motivo dessa alteração de horas e as especulações sobre demissões. O que isso vai acarretar na vida do funcionário, da empresa e até mesmo do município”, argumentou.

“A nossa história de sindicato me assegura afirmar que nunca se deu uma negociação que trouxe prejuízo aos trabalhadores. Nossa preocupação em primeiro lugar é com a saúde do funcionário”, destacou. “A mudança de horário tem como objetivo proteger vários trabalhadores que moram longe, pela mobilidade, muitos ficam horas na estrada para trabalhar”, afirmou. “O nosso sindicato não representa apenas trabalhadores de Itabirito, mas também de Belo horizonte, Nova Lima, Sabará, Santa Luzia, Rio Acima e Raposos”, completou.

Sebastião não disse diretamente como a mudança irá melhorar a qualidade de vida do funcionário, mas informou que a alteração será reajustada no salário. “A jornada de trabalho irá aumentar 11%, mas a correção salarial será de 18% com o adicional de turno. A diferença de 7% corresponde aos acordos coletivos que são fechados em todo país”.

Questionado se é a favor da mudança, o presidente do sindicado afirmou que é “a favor da manutenção do emprego, da primarização. Se for manter os empregos diretos e não houver demissão, sou totalmente a favor”, ressaltou.

O presidente do sindicato destacou que representa a maioria e que a mudança não terá como agradar a todos. “O único objetivo da diretoria do sindicato é trabalhar para os funcionários, não fazemos política partidária. O aval será o acordo coletivo com a Vale, após a votação na assembleia”.

O vereador Rocha do PT se mostrou indignado com o posicionamento do sindicado frente ao assunto que já tem sido reivindicado por trabalhadores de outras cidades, como Mariana. “Eu fico revoltado ao presenciar situações como esta. O sindicato deveria defender o funcionário e não fazer apologia à empresa. Estão desconsiderando os trabalhadores de outras minas, que estão na luta pela redução da jornada de trabalho”, finaliza.