Processo seletivo da Prefeitura é alvo de críticas pesadas

Mariana,
11 de Julho de 2012

A maneira como a recente seleção prevista no Edital 001/2012 foi conduzida pela Secretaria de Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania foi pesadamente criticada por vários concorrentes. Inclusive, ao ponto de alguns deles efetivamente emplacarem denúncia no Ministério Público contra tal processo. As funções disputadas nessa situação tinham os mesmos nomes, encargos e valores salariais das 63 recentemente aprovadas na Câmara, mediante o projeto 33/2012, criado e enviado pelo Executivo.

Primeiramente, o que se questiona são os prazos do edital. Ele saiu dia 26, sendo que dia 27 e 28 já deveriam ser entregues os documentos pelos concorrentes. Há que se levar em consideração que consta nesse mesmo documento como necessário que, previamente, para algumas funções, o concorrente já tivesse em mãos um projeto elaborado. Pontua-se que isso deveria ser feito, no máximo, em apenas dois dias.

Também se questionou a abrupta publicação da errata desse mesmo edital, no dia 27, em pleno andamento do processo seletivo – o que pode, sim, prejudicar as pessoas que já tinham entregue os pápeis do concurso anteriormente. Nessa correção, as mudanças foram tão significativas que se chegou a adicionar mais uma função, oficineiro de dança clássica.

De acordo com o concorrente Thales Gayean houve “falta de especificidade” das vagas. Ele é formado em Restauração pela Faop. Mesmo assim, foi desclassificado no concurso na função artesanato, juntamente com os demais que “não comprovaram escolaridade”.

No entendimento de Thales e também de Luisa Fantini, aluna de Letras da Ufop, isso abriu portas à subjetividade. Ela também foi desclassificada pelos mesmos motivos, na mesma função. Conforme consta no resultado do processo classificatório, “no ítem 2 (do edital) consta que o Requisito Mínimo é a escolaridade”. Entretanto, o edital não discrimina quais os documentos que discriminariam “escolaridade”.

Mais uma irregularidade apontada pelos dois, e facilmente verificável, comparando as datas presentes no edital e no site da Prefeitura, foi à publicação dos resultados. Consta no edital que a divulgação do resultado parcial seria no site da Prefeitura, no dia 30 de Junho. Entretanto, isso não ocorreu. No mesmo portal está explícito que o resultado parcial foi divulgado dia quatro de Julho. Isso não somente atrasa a data oficial de divulgação dessa informação, bem como ultrapassa outras datas limite. Dia dois seria a data para as interposições de recursos, dia 03 seria o resultado final e homologação e, por fim, dia 04 seria a convocação para contratação. Entretanto, os prazos não foram cumpridos. Thales e Luisa disseram que se seus recursos não forem aceitos, entrarão com uma ação no MP contra a Prefeitura.

Mas nem todo mundo esperou tanto para fazer isso. Também foi relatada “má conduta” por parte dos servidores durante o processo seletivo. Segundo o psicólogo Guilherme Carvalho, que inclusive já acionou o MP, a secretária adjunta da Secretaria de Desenvolvimento Social, Priscila Sena Gonçalves, e demais membros o teriam deliberadamente impedido de entregar os documentos a tempo. Segundo Guilherme, ele teria chegado 10 minutos antes de dar 16 horas do dia 28, o horário do prazo final. Entretanto, mesmo chegando 10 minutos antes, ele teria sido impedido de concluir sua inscrição.

Guilherme também relatou que a secretária adjunta pessoalmente teria intervindo contra ele. Basicamente, quando tinha dado 16h, após ele ficar dez minutos na fila, ela o teria impedido de entrar, apontando um relógio que fica na parede da Secretaria e dizendo: “você não vai entrar, já são quatro horas”. Entretanto, ele teria argumentado com Priscila que ele estava ali a dez minutos, e mesmo assim teria sido “impedido”.

E o caso não para por aí. Disse que outras pessoas apareceram depois dele e que os documentos desses últimos teriam sido recebidos, em detrimento dele e de outros que também estavam esperando na fila. E mais grave, que alguns dos documentos, mesmo com a porta da Secretaria fechada, “tinham sido entregues, passando pelo vão da porta, sendo pegos por funcionários da Secretaria”, relata o denunciante. Muitas dessas coisas também relatadas por outra fonte, que trabalha na Prefeitura. Esta, por medo de represálias, não quis se identificar.

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