Provedor da Santa Casa garante que não irá fechar as portas

Ouro Preto,
12 de Maio de 2015

Com uma dívida de mais de R$4 mi, hospital passa por grandes dificuldades financeiras e médicos têm atraso de mais de quatro meses salariais

Com uma dívida de mais de R$14 milhões a Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto vem enfrentando uma crise constante, que preocupa população e autoridades do município. Em entrevista ao jornal O LIBERAL, o provedor da Santa Casa, Marcelo Sérgio Gonçalves de Oliveira, esclareceu que a dívida é proveniente da falta de repasse do Governo Federal e da União, que não envia recursos à instituição desde dezembro do ano passado.

Sobre o repasse do município, no valor aproximado de R$420 mil ao mês, conquistados a partir de um acordo judicial, Marcelo afirmou estar em dia, mesmo com o valor defasado. “O município está em dia, porém estamos há dois anos sem aumento do contrato, ou seja, já temos oito aditivos de adiamento do valor”, ressalta o provedor.

De acordo com Marcelo, a Santa Casa nunca esteve com folga de caixa e sempre teve dificuldade em quitar todos os seus compromissos. Além de confiar nos repasses de programas, convênios e incentivos, que não ocorreram, outro fator decisivo apontado pelo gestor foi a crescente demanda de atendimentos.

Há seis meses sem receber o repasse, sendo 14% da União e 6% do Estado, a diretoria do hospital, juntamente com representantes do corpo médico clínico, a secretária de Saúde e membros do Conselho de Saúde, participaram da Tribuna Livre durante a reunião da Câmara do dia 30 de abril para pedir ajuda dos vereadores. “A situação é precária, com diversas clínicas em desfalque de médicos. Pedimos aos senhores, aproveitando que não estamos no período eleitoral, para que se crie um foro de discussão em relação a Santa Casa”, solicitou Marcelo.

Representando o corpo clínico, o Dr. José Carlos da Costa Zanon, ressaltou a preocupação dos médicos e pontuou que somente o recebimento da verba não irá resolver o problema. “A liberação de recursos em nada resolveu ou vai resolver a situação da Santa Casa. Desde o ano passado temos tentado chamar atenção para o problema, até mesmo com o indicativo de greve. Conseguimos pouquíssimas ações. É preciso encontrar uma forma para que a Santa Casa funcione no seu dia a dia. A estrutura é excelente, mas está inviável. Estamos perdendo profissionais para cidades vizinhas e dependemos de profissionais de fora de Ouro Preto, que a quatro meses sem receber, vão embora. Há um déficit em todas as equipes de plantão”, pontuou Zanon, durante sua fala na reunião.

Marcelo afirmou que com a falta do repasse há uma grande dificuldade de negociar com os fornecedores e também realizar o pagamento dos salários dos médicos, mas que os demais funcionários estão com o pagamento em dia. Reuniões com uma equipe técnica e também com o prefeito José Leandro irão definir novos rumos para a Santa Casa, mas Marcelo garante que o hospital não irá fechar. “A nossa proposta para o executivo é que ele faça o pagamento desses repasses, já que tem pleno poder dos recursos e que depois, quando os recursos vierem seja feita a reposição”, explicou.

Provedor da Santa Casa garante que não irá fechar as portas - Foto de Michelle Borges
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