Restauração da Capela do ICHS quase a caminho

Mariana,
25 de Julho de 2012

Ao que parece, após anos de discussões entre a Ufop, mediante o ICHS, e a Cúria Arquidiocesana, a capela de Nossa Senhora da Boa morte, que fica no instituto citado, está bem próxima de passar por um processo de restauração. A igrejinha que fica no campus de História, Letras e Pedagogia, faz parte do entorno de Mariana e possui características patrimoniais únicas em todo o mundo.

Como prova dessa singularidade, o mestrando em História da Arte pela UFJF, Húdson Martins, cita o teto da capela, concluída em 1782, de Antônio Martins da Silveira, mestre de Athaíde. Inclusive, essa é a única pintura documentada desse pintor. Outra coisa interessante a se pontuar são os altares. De acordo com Húdson, que inclusive fez sua graduação no ICHS, eles são de Francisco Vieira Servas, considerado por autores da área como o grande artista português do Barroco Mineiro. Isso se perceberia pelo “talhe”, o que equivaleria hoje a uma “assinatura”.

E essa beleza toda vem se deteriorando com o tempo, devido à antigas rixas entre a direção do ICHS e a Cúria Arquidiocesana, comprovadas documentalmente por meio de ofícios. Em alguns desses casos, com entrada de ações na justiça. Como exemplo, pode-se citar a retomada do Palácio dos Bispos pela Arquidiocese na Justiça.

Devido a comodato celebrado entre as partes, no dia quinze de dezembro de 1980, a Ufop firmou o compromisso com a Arquidiocese de preservar toda área equivalente ao ICHS, inclusive algumas que não estavam incluídas no documento, ou seja, que não estavam sob a posse da Universidade Federal de Ouro Preto. São elas o Palácio dos Bispos, que pelo contínuo processo de deterioração, acabou sendo retomado e hoje transformado no museu da música, e a capela, que até pouco tempo também foi alvo de disputas. Agora, as partes estão se entendendo, o que se percebe pela retomada do processo de restauro do patrimônio.

De longa data, o processo tem sido mediado pelo Iphan, já que é o órgão responsável pela fiscalização do patrimônio, mesmo que tal patrimônio esteja sob responsabilidade de particulares, como no caso da capela. De acordo com Maria Raquel Alves Ferreira, chefe do escritório da cidade de Mariana, “ambas as partes (Cúria e a Ufop) decidiram solucionar o problema”. No entanto, isso não poderá ser posto em prática de imediato: “não será feito da noite para o dia. (O projeto de restauro) precisa ser feito por um profissional habilitado”.

Quem ficou responsável por apresentar o projeto foi a Ufop, explica padre Lauro Versiani Barbosa, reitor do seminário. De acordo com ele, a Universidade “reconhece a propriedade da Arquidiocese da capela”. O sacerdote não apontou com exatidão quantos anos que se passaram em discussões até as partes resolverem juntar forças para finalmente restaurar o patrimônio, mas constatou que foi “um bom tempo”.

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