Samarco adota plano de incentivo voluntário para demitir funcionários

Mariana,
01 de Julho de 2016

Em Mariana, cerca de 400 trabalhadores já aderiram ao programa, que tem como objetivo minimizar os impactos das demissões

Sem previsão de quando serão retomadas as atividades de extração do minério de ferro em Minas Gerais e no Espírito Santo, a mineradora Samarco iniciou, na sexta-feira (24) o processo de despendimento de 1.200 funcionários com a implantação do Programa de Demissões Voluntárias (PDV). De acordo com a empresa, o programa foi uma sugestão dos sindicatos Metabase Mariana (Minas Gerais) e Sindimetal (Espírito Santo) para minimizar os efeitos das demissões, que representam 40% do quadro de funcionários.

Desde novembro do ano passado, os órgãos ambientalistas proibiram a mineradora de operar, após o rompimento da barragem de Fundão, que ocasionou a morte de 19 pessoas e poluiu dezenas de municípios mineiros e capixabas, além do Rio Doce. A indefinição na data de liberação das licenças para retomada das atividades fez com que a empresa adotasse uma série de medidas para manter sua mão de obra. “Nós Concedemos férias coletivas, licença remunerada e dois períodos de lay off, que compreenderam cinco meses Mas, com a indefinição sobre quando serão retomados os trabalhos e a redução da sua capacidade produtiva, a Samarco luta agora para manter 60% dos empregados”, ressalta Roberta Porto, gerente de remunerações e benefícios.

Quem aderir ao programa, com vigência prevista até o dia 29 de julho, terá direito a concessão de 50% do salário para cada ano de trabalho, um valor equivalente a três salários, limitado a R$ 7.500, seis meses de plano de saúde após a data de demissão, além de perdão de adiantamentos realizados pela mineradora. A expectativa da empresa é que volte a operar em dezembro deste ano para que possa manter 60% dos empregados, cerca de 1.800.

Retomada das operações

No final de fevereiro a Samarco iniciou o processo de retomada de suas operações com a apresentação do primeiro Formulário de Caracterização do Empreendimento à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (SEMAD). No dia 23 de junho protocolou o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto no Meio Ambiente. As pesquisas fazem parte do processo de licenciamento.

A empresa afirma que realiza diversas reuniões técnicas com a equipe do órgão ambiental, que já realizou duas vistorias técnicas de campo. Voltando a operar, a Samarco afirma que a intenção é dispor o rejeito na cava confinada de Alegria Sul, sem contato com outras áreas de deposição de rejeitos. “A estrutura será localizada no Complexo Industrial Germano-Alegria, que abrange os municípios de Mariana e Ouro Preto/MG. A Cava de Alegria Sul não tem conexão física com o sistema de barragens de Germano e Fundão, onde ocorreu o acidente de novembro do ano passado”, garantiu em nota enviada à reportagem do O LIBERAL. A empresa aguarda a análise técnica por parte da Semad para dar prosseguimento no processo.

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