Samarco está mais próxima de retomar atividades em 2017

Mariana,
16 de Dezembro de 2016

Mineradora reuniu imprensa para falar da licença ambiental para utilização da cava Sul de Alegria como depósito de rejeitos

Uma luz no fim do túnel parece dar esperanças à Samarco e àqueles que anseiam pela retomada das atividades da mineradora. A empresa, que está com os trabalhos suspensos desde novembro do ano passado, conseguiu a anuência do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia, para a utilização da cava Sul de Alegria como depósito de rejeitos. Na segunda-feira (13) a empresa reuniu a imprensa da região para apresentar os aspectos técnicos e ambientais para utilização da cava e o que isso representa para a volta da empresa.

De acordo com o gerente Geral de Licenciamento, Márcio Perdigão, esta é a melhor saída para garantir a retomada da Samarco. “A proposta leva em consideração a utilização de um espaço confinado. Entre os critérios para a escolha da cava de Alegria Sul estão também a capacidade de armazenamento e o tempo de execução das obras de preparação. Por ser uma área que já sofreu intervenções, haverá impacto mínimo ao meio ambiente”, garantiu. A cava de Alegria do Sul fica em Ouro Preto, mas não tem conexão física com a área de barragens do Complexo de Germano, do qual fazia parte a barragem de Fundão. No local ainda há mais de 150 milhões de toneladas de minérios. Serão retirados 12 milhões para transformar o local em deposito de rejeito. Em 2024, aproximadamente, a mineradora poderá retirar o rejeito e voltar a extrair o minério remanescente.

A expectativa é de que a empresa volte a operar no segundo semestre de 2017 com 60% da capacidade instalada. Caso a licença da cava Sul seja liberada, a mineradora irá precisar de um prazo de seis meses para preparar o local para receber o rejeito, que tem capacidade de armazenamento de 17 milhões de metros cúbicos de rejeitos, garantindo o funcionamento por 2 anos. Neste período a empresa planeja produzir 36,7 milhões de toneladas de minério.

Márcio Perdigão ainda ressaltou que nesse período a empresa deve apresentar novos planos de áreas para a deposição do material para garantir a continuidade do negócio.

Para usar a cava de Alegria Sul como depósito, a Samarco ainda precisará de autorização da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad). Para discutir o assunto, a empresa promoveu audiências públicas em Ouro Preto, na quarta (14) e Mariana, na quinta (15).

A receita da empresa, quando estava em operação, correspondia a 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo e a 1,5% do PIB de Minas Gerais. Esses números se traduziram em compras de R$ 5,5 bilhões em 2014 e 2015, o que contribuiu para atenuar os efeitos da crise econômica.

Atualmente, Perdigão afirma que a empresa opera com recursos advindos de empréstimos dos seus acionistas.

Estudo revela prejuízo financeiro com a paralisação da mineradora em 2017

No início da semana (12) a empresa anglo-australiana BHP Billiton divulgou dados de um estudo sobre o impacto financeiro da paralisação da Samarco em 2017. De acordo com as informações divulgadas pela Agência Brasil, se a mineradora não voltar a operar, o poder público deixará de arrecadar no próximo ano R$ 989 milhões em impostos federais, estaduais e municipais. A retomada das atividades é de interesse da BHP Billiton que é acionista da Samarco, assim como da Vale. O estudo foi realizado pela Tendência Consultoria Integrada e apontou ainda que a paralização colocará em risco quase 15 mil vagas diretas e indiretas de emprego, afetando principalmente trabalhadores mineiros, o que representa mais de 100% de todos os empregados de Mariana e cerca de 80% dos trabalhadores na cidade de Ouro Preto. Sem estes postos de trabalho, a massa de renda de Minas Gerais poderá retrair R$ 916 milhões no próximo ano.

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