Secretária de Saúde esclarece sobre fechamento do laboratório noturno da UPA

Ouro Preto,
13 de Maio de 2016

Sandra englobou ainda o repasse de verba para a Santa Casa da Misericórdia de Ouro Preto

Muito aguardada pelos vereadores de Ouro Preto, a secretária de Saúde, Sandra Brandão, compareceu à Tribuna Livre da reunião da Câmara na segunda-feira-feira (9). A secretária esclareceu às dúvidas dos edis e abordou o fechamento do laboratório da UPA no período noturno e também falou de outros assuntos como o repasse de verbas para o hospital do município.

Sandra explicou que o laboratório de análises clínicas foi fechado por falta de interesse do contratado e que não há interessados em realizar o atendimento noturno. “O município há anos mantinha contrato com o laboratório Claudino para funcionar 24 horas, o único interessado em prestar o serviço até então. Ele atendia tanto a UPA quanto a Santa Casa, mas decidiu suspender o contrato. Procuramos outro laboratório, mas nenhum teve interesse em trabalhar 24h. Nos empenhamos a tentar contratar o laboratório que hoje atende à Santa Casa, mas por problemas na documentação, não conseguimos”, salientou a secretária.

A vereadora Solange Pereira relatou um caso pessoal, que se tivesse ocorrido atualmente, poderia ter morrido por falta de diagnóstico, já que hoje, apenas casos com suspeita de enfarto mais graves são encaminhados para a Santa Casa para fazer exame de sangue. “Quando cheguei com apendicite na Upa, se fosse no dia de hoje eu ia morrer, pois não estava enfartando para ser transferida para a Santa Casa, o que só ocorreu depois do diagnóstico pelo exame”, enfatizou a vereadora. Em resposta a secretária afirmou que não está medindo esforços para resolver o problema e que montou um processo licitatório abrangente para que alguma empresa, da região ou de fora, se interesse em prestar o serviço.

Já o vereador Dentinho da Rádio enfatizou a gravidade da situação e a morosidade em resolver o problema. “Já foi explicado, mas nós não podemos ficar sem o serviço. Se for preciso vamos tomar medidas drásticas e até mesmo acionar o Ministério Público. Caso haja alguma morte por falta de diagnóstico, a quem vamos imputar essa morte?”, questionou Dentinho, que também afirmou convidar o proprietário do laboratório para falar sobre o cancelamento do contrato.

Santa Casa e município

Sobre os repasses do município à Santa Casa, Sandra afirmou que está em dia e que ainda houve reajuste no final do ano passado. “Atualmente repassamos cerca de R$610 mil por mês pelos serviços prestados. Após a intervenção, depois de uma prestação de contas foi feita a revisão da contratualização e assim, um reajuste do valor que era pago a Santa Casa, num acréscimo de R$130 mil ao mês”, explicou.

Sandra informou que o reajuste pedido pela antiga gestão do hospital era referente ao Pronto Atendimento (PA) e não sobre a contratualização. Já os outros repasses recebidos pela instituição, do Estado, de R$278 mil, e da União, de R$686 mil, estão em dia, aquele apenas com dois meses de atraso, o que, segundo a secretária, não é um agravante. Além dos repasses mensais, Sandra destacou verbas pontuais que o hospital recebeu. “Em dezembro o Estado transferiu uma verba para os hospitais, referente a sobra do teto do estado. Os que atenderam vítimas da tragédia da Samarco, receberam um Plus, que chegou a R$448mil”, ressaltou.

Os vereadores reclamaram da falta de diálogo com a interventora, que até o momento não compareceu à Casa como já solicitado diversas vezes pelos edis.