Sem participação nos resultados, minas são paralisadas

Mariana,
03 de Março de 2016

Os funcionários da mineradora Vale podem ficar sem Participação nos Lucros e Resultados (PRL) referente ao ano de 2015. Como reação a decisão da empresa, trabalhadores protestaram e seguem a espera de negociações.

Com a queda no preço das commodities, a mineradora Vale não deve atingir a produção mínima para a distribuição da PLR, o que resulta no não pagamento da participação aos funcionários da empresa. Segundo um funcionário que preferiu não se identificar, a mudança na fórmula de calcular a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) aconteceu em um acordo coletivo entre os funcionários e a empresa. A diferença é que anteriormente os empregados recebiam até seis salários como participação. Entretanto, agora para ter direito a PLR é necessário produzir uma quantidade mínima estipulada, que em 2015 não foi atingida.

Com a decisão da mineradora, sete minas de Nova Lima e Itabirito tiveram suas produções paralisadas na terça-feira (23) em protesto contra o parecer da empresa. A greve foi temporariamente suspensa à espera de negociações.

Acordo Coletivo

No último ano houve mudança na forma de calcular a participação dos funcionários nos lucros. Em 2014, com a queda no preço do minério, a quantidade mínima necessária para a distribuição de PLR não foi atingida e por isso, seguindo o acordo à risca, a Vale não distribuiria a quantia.

O sindicato Metabase Mariana afirmou que estão definindo novas ações e em breve passarão novas informações sobre o caso. Outros sindicatos aguardam negociações com a empresa, que afirmou que a apuração dos valores será feita ainda nesse mês.

Retomada das atividades da Samarco em Mariana

O Sindicato Metabase Mariana reuniu-se na quinta-feira (25) com vereadores, ex-prefeitos e demais autoridades para formação do comitê de gestão de retomada das atividades da Samarco no município.

No mês de janeiro, o sindicato deu início a um abaixo assinado em apoio à permanência da Samarco na cidade com o intuito de se posicionar perante a sociedade, após a tragédia de Bento Rodrigues. O órgão esclareceu seu posicionamento favorável a responsabilização da mineradora, entretanto, entende que Mariana depende economicamente da mineração, uma vez que cerca de 80% da arrecadação municipal provém dos royalties do minério, além dos empregos gerados.

A diretoria afirmou ainda que a permanência da empresa só será apoiada se estiver conciliada às normas de técnica, segurança e legitimada pelas leis que regem a mineração, o meio ambiente e as demais áreas afetadas. Para isso reuniu-se na sede do Metabase Mariana o presidente do sindicato, Ronaldo Bento, o presidente da Câmara Municipal, Antônio Marcos Ramos de Freitas, os ex-prefeitos Roberto Rodrigues e Celso Cota, o atual prefeito Duarte Júnior, secretários e representantes comerciais.

Nos próximos dias, os membros do comitê de gestão para retomada das atividades da Samarco devem iniciar as atividades. Até o fechamento da edição, o Sindicato Metabase Mariana não confirmou os nomes dos representantes.

Sem participação nos resultados, minas são paralisadas
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