Servidores protestam por reajuste salarial em frente a Prefeitura de Itabirito

Itabirito,
27 de Maio de 2016

Com cartazes, nariz de palhaço e instrumentos musicais, servidores municipais paralisaram as atividades da terça-feira (23) em protesto contra a falta de diálogo por parte da prefeitura, de acordo com os funcionários efetivos. Entre os objetivos está um reajuste salarial de 15% e aumento e liberação do ticket-alimentação para todos.

Segundo a direção do Sindicato dos Servidores Públicos Municipal de Itabirito (SINDSEMI) o reajuste é para todas as classes, e não só para a área da educação. “O nosso movimento é legítimo. Tiveram apenas alguns diálogos com servidores da educação, mas não com a data base. Em momento nenhum o prefeito chamou o servidor para ver a situação em geral”, afirmou Roberto Cesário, presidente do Sindicato.

O professor de Geografia da Escola Ferreira Bastos, Roberto de Melo, diz que o executivo não tem levado a sério as ações do Sindicato dos Servidores Públicos Municipal de Itabirito (SINDSEMI). “Nós percebemos um descrédito ao nosso movimento por parte do executivo. As atitudes são de deslegitimar o movimento do sindicato, atacando o presidente. Nós temos um certificado que reconhece o Roberto Cesário como representante legal”, afirma o professor se referindo ao posicionamento da prefeitura em afirmar que o presidente, Roberto Cesário, perdeu a qualidade de dirigente sindical, devido a exoneração publicada em 12 de março de 2014. Sobre o processo administrativo, Roberto disse que não é válido, pois será avaliado na Justiça, por se tratar de um presidente de sindicato, e que está em primeira instância. A prefeitura discorda frontalmente, no entanto.

O advogado do sindicato e da Federação dos Servidores Públicos de Minas, Eldbrendo Monteiro, diz que o direito de greve é legítimo, visto que reivindica a equiparação salarial. “É obrigação do prefeito fazer a revisão do salário anual para que os servidores possam continuar com o poder de compra, mas o prefeito negligencia o direito. O prefeito descumpre uma lei constitucional. Comunicamos a paralisação com 72h de antecedência, mas só recebemos o ofício ontem após o expediente. Estamos aqui o dia todo, mas nenhum representante da prefeitura veio ter um diálogo com os servidores”, explicou o advogado.

Maria Aparecida Paranhos, tesoureira do Sindicato, disse que não houve nenhuma tentativa de negociação entre a prefeitura e o Sindicato. “Recebemos um ofício da prefeitura após o expediente informando a intenção de uma reunião, mas sem data e local. Estamos aqui o dia todo cobrando o dia e local para chegarmos a um acordo. Até agora ninguém veio conversar com a gente”, assegurou a servidora.

A prefeitura informou que recebeu o ofício solicitando diálogo e questionando a falta de reajuste salarial anual e aumento no cartão vale-cesta, e que este documento também anunciava a paralisação, e mesmo diante da irregularidade insanável, visto que o cargo de presidente ainda é ocupado por Roberto, “a atual gestão reafirma seu compromisso com o servidor” e assegurou que receberá, na próxima semana, a vice-presidente do sindicato e comissão para um diálogo.