Suspeita de estelionato é presa pela Polícia Civil

Ouro Preto,
16 de Dezembro de 2016

O marido da suspeita foi preso após investigadores encontrarem correspondências extraviadas. As filhas do casal também são suspeitas

Uma mulher, suspeita de dar golpes em um casal de idosos de Ouro Preto, de 78 e 80 anos, foi presa pela Polícia Civil no início deste mês. De acordo com as investigações, o marido, que também está preso, e as filhas, são suspeitos de envolvimento na fraude, onde foram extorquidos cerca de R$ 200 mil das vítimas.

A operação Layering teve início no dia 7 de dezembro e cumpriu três mandatos de busca e apreensão em dois locais de Ouro Preto e um de Itabirito, onde houve a prisão. Policiais civis de Ouro Preto e Itabirito trabalham no caso e de acordo com o presidente do inquérito, delegado Tulio Leno Goes, na residência da acusada, em Ouro Preto, foram encontradas e apreendidas diversas procurações e documentos possíveis de outras vítimas, além de cheques, um notebook, máquinas de cartão de crédito, entre outros itens de interesse da investigação. As apurações continuam a fim de verificar se há outros autores envolvidos e mais pessoas vitimadas.

O marido da suspeita, que trabalha no Correios, também foi preso, pois, durante busca e apreensão de documentos na casa deles, foram encontradas diversas correspondências extraviadas.

Como aconteceu

O casal, vítima do estelionato, que tem um empreendimento há anos em Ouro Preto, foi notificado de uma dívida na Receita Federal e das penalidades do não pagamento. Sabendo do caso, pois a suspeita tinha uma loja ao lado da loja das vítimas, a mulher procurou-os e se ofereceu para ajudar a resolver a pendência, afirmando que tinha uma amiga muito influente na Receita Federal e que esta poderia parcelar a dívida.

De acordo com o advogado de acusação, as vítimas aceitaram a ajuda e dias depois a suspeita disse que a dívida já estaria em mais de R$ 100 mil e que as multas eram altíssimas, mas que ela e a amiga da Receita iriam resolver.

Com essa aproximação, a suspeita e suas filhas passaram a frequentar assiduamente a residência do casal, mas sempre em horários que eles estivessem sozinhos. Passou a cobri-los de muita atenção, carinho, cuidados e presentes. Como forma de ludibriação, o casal foi convidado a serem padrinhos de casamento de uma das filhas da suspeita.

A partir deste momento, após sensibilizar o casal sobre sua suposta bondade, amizade e desejo de ajudar, a suspeita reuniu os documentos da empresa do casal e os levou para uma empresa de contabilidade de Mariana para parcelar a suposta dívida em 27 vezes, mas sem informarem o custo real. Nesse momento, a suspeita passou a pedir vários cheques assinados ao casal para supostamente arcar com o pagamento da dívida. Ela ainda se apropriou dos cartões de banco e senhas, além de solicitar que as vítimas requeressem cartões de créditos nas instituições bancárias. Assim, a suspeita e suas duas filhas, de acordo com as informações da representação criminal, passaram a realizar inúmeras compras utilizando os cheques e cartões de créditos, inclusive, foi apurado que parte do valor do golpe foi usado para pagar uma cirurgia plástica. Na busca e apreensão foi encontrada a nota fiscal da cirurgia.

Ainda segundo o advogado, para dar veracidade ao golpe, o casal sempre recebia ligações de supostos funcionários da Receita, que reafirmavam a necessidade dos pagamentos serem feitos através dos cheques e de que estes deveriam ser entregues a suspeita. Além disso, a representação aponta que vários cheques foram sacados por familiares das suspeitas; alguns cheques foram utilizados para pagamento de dízimo em uma Igreja Evangélica em Belo Horizonte; e vários cheques foram pagos por um banco sem identificação do beneficiário, o que sugere um grave erro por parte da Instituição financeira ou algum conluio de funcionários da mesma com o golpe praticado.

Ao desconfiar de toda situação, o casal procurou a Receita e constatou que a dívida de sua empresa era de pouco mais de R$ 8 mil e que foi parcelado em 27 vezes. O prejuízo das vítimas chega a quase R$ 200 mil.

As suspeitas são investigadas por crimes de estelionato, com o agravante de ter sido cometido contra idoso, uma vez que tentou tirar vantagem em detrimento alheio.

A Operação Layering é coordenada pelo delegado regional de Ouro Preto, Rodrigo Bustamante, e, nesta etapa, teve apoio da equipe da delegada Mellina Clemente, da Delegacia de Polícia de Itabirito.

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