Taxa de desemprego assusta e deixa mais de 12 mil ociosos em Mariana

Mariana,
19 de Agosto de 2016

Marianenses que buscam oportunidade no mercado relatam que não há prioridade para mão de obra local

O desemprego se tornou um grande problema no Brasil. Não diferente da realidade do país, em Mariana, segundo dados estatísticos o desemprego aumentou e assusta pelos números. Segundo a prefeitura da cidade, a taxa está em torno de 23%, o que representa mais de 12 mil e 500 marianenses desempregados.

A recessão econômica, a crise na mineração aliada à tragédia da Samarco tem causado preocupação aos trabalhadores da cidade. Um agravante, segundo alguns relatos, é o fato das poucas empresas que estão empregando contratarem pessoas de outras cidades. A prefeitura nega a informação, e afirma que fez um acordo com a Samarco, Vale e terceirizadas para priorizar a mão de obra local.

Indignados com a atual conjuntura, moradores entraram em contato com a reportagem do jornal O LIBERAL para relatar algumas ocorrências. “É um descaso com a população. Todos os dias venho cedo para a porta do Sine, durmo na fila, mas nada de conseguir uma vaga. Algumas empresas têm critérios absurdos, que não vamos conseguir preencher, como experiência de muitos anos. Nós precisamos de recolocação no mercado. Não dá mais para sustentar essa situação. Tem gente passando fome”, desabafa um postulantes que preferiu não se identificar. “Outro dia vi dois ônibus com pessoas de fora que vieram fazer exame admissional. Está aí pra quem quiser comprovar”, garante outro candidato ao mercado de trabalho.

“O cenário é muito preocupante. Um pai de família é capaz de qualquer coisa para por o sustento dentro de casa. Conheço pessoas que estão indo para o lado da criminalidade por não encontrarem outra saída. O que fazer ao ver um filho passando fome?”, indaga um morador.

Em nota, a prefeitura assegurou que no primeiro semestre deste ano foram ofertadas 1925 vagas contra 590 no mesmo período de 2015. Atualmente as empresas que estão contratando é a Cimcop, Skava e o Consórcio CIM. O texto ainda garante que dessas vagas, 70% são contratações de mão de obra local.