Ufop declara greve

Ouro Preto,
22 de Maio de 2012

Em Assembleia no Departamento de Geologia da universidade, na tarde do dia 15, por ampla maioria, os professores da Universidade Federal de Ouro Preto deflagraram greve. De acordo com os dirigentes do movimento, as motivações são plano de carreira e graves problemas de infraestrutura. Com relação à amplitude do movimento, essa situação não se restringe a Ufop. De acordo com Luis Antônio Seixas, vice-presidente regional do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) 20 instituições federais já entraram em greve.

Dessas Universidades em greve pode-se citar a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Universidade Federal do Sergipe (UFS) Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) dentre outras, inclusive a Ufop. Ademais, outras instituições como a Universidade Federal Fluminense e a Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estão sob indicativo de greve.

Em relação à mobilização da greve, antes de sua deflagração, já se podia perceber uma movimentação intensa dos professores. De acordo com Ednéia de Oliveira, docente do curso de Serviço Social, 60 delegados de 43 instituições de ensino superior estiveram presentes no sábado em Brasília, para que pudessem discutir sobre a possibilidade de greve.

No que diz respeito à mobilização, a professora entende que é necessário que se tomem medidas enérgicas e imediatas em relação ao Governo: “Se não pararmos agora, a educação vai sofrer um esfacelamento que vai pendurar durante anos”, explica. E também critica o Governo pela recente aprovação da Medida Provisória que concedeu aumento de 4% aos docentes de instituições federais. Segundo a docente isso foi uma medida “ardilosa”, além disso, “a categoria entende como uma tentativa de desmobilização”, conclui.

Na Ufop, a reunião para decisão pela tomada ou não da greve teve participação maciça dos professores: “a participação efetiva mostra o anseio da categoria pela reestruturação da carreira”, explica Davi Pinheiro, presidente recém-empossado da Associação dos Discentes da Universidade Federal de Ouro Preto (Adufop). Sobre as condições de trabalho, reclama: “O professor tem uma sobrecarga de horas-aula”.

Também denuncia certos vínculos entre a universidade e o mercado: “muitas prestações de serviço estão maquiadas de pesquisa. Direcionadas a empresas”. Quando a questão é a educação, aponta sérios problemas: “entupimento das salas de aula, sendo que o professor necessita acompanhar o andamento da turma”.

Davi também faz esclarecimentos mais amplos sobre o ensino no país: “realmente há uma preocupação com a educação na universidade, mas em todos os níveis. Os alunos que vem pra gente (professores universitários) são provenientes de um sistema falido”. E ainda questiona sobre a má distribuição do patrimônio público: “Brasil é a sexta maior economia do mundo, mas o sétimo em má distribuição de renda. Que país é este?”, finaliza.

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