UFOP integra curso de medicina com saúde da região

Itabirito, Mariana e Ouro Preto,
22 de Julho de 2014

Interiorização de cursos de medicina e aumento de número de vagas só trazem benefícios para a saúde

No Brasil está cada vez mais difícil a contratação de médicos, principalmente para as cidades do interior. Tentando solucionar esse problema, o governo federal já implementou alternativas, como forma de atrair mais profissionais da área de saúde. Uma delas foi a criação do programa “Mais Médicos”, que resultou na contratação de 15 mil estrangeiros, sendo mais de 11 mil deles, cubanos, que se tornaram foco de polêmica por receberem menos que outros profissionais pelo mesmo serviço, sendo o restante do salário desviados para o governo de Cuba.

Mas outra ação do governo federal, menos controversa, foi a expansão e criação de cursos de medicina, principalmente em cidades interioranas, ainda no governo do ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva. O objetivo é estimular a formação de médicos em locais que apresentem maior carência de profissionais, uma vez que a graduação é um importante fator de fixação do profissional de medicina. “Essa iniciativa permite a fixação de médicos no interior e forma profissionais mais capacitados para atuar na atenção primária. Desde a criação do curso, a Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) se preocupou em especializar médicos para atuar na saúde da família, que é uma prioridade universal”, explica o Dr. Ariosvaldo Figueiredo dos Santos Filho, Secretário de Saúde à época da implantação do curso na cidade.

Na região dos Inconfidentes há três cidades, Itabirito, Mariana e Ouro Preto, que já colhem os frutos do curso de medicina da Ufop. É que dos 27 alunos que se formaram na primeira turma, em julho de 2013, 15 trabalham na região, o que representa 44,4% da turma. “Os dados que a gente tem no momento são apenas da primeira turma, mas já temos também profissionais que estão se formando na segunda turma agora e que também já atuam nessas cidades. Mas de início eu tenho absorção de quase 50% dos alunos trabalhando na região. Essa realidade pode oscilar, muitos podem fazer especialização e ir embora, mas outros com certeza acabam fixando residência nessas cidades”, destaca o diretor da Escola de Medicina, médico e professor Márcio Antônio Moreira Galvão. “Para o município é um grande avanço, pois passa a ter mão de obra qualificada. São profissionais que tiveram vivência durante o aprendizado, que já conhecem o sistema de saúde da região”, completa Galvão.

A Dra. Marília Faleiro Malaguthi Mendonça é residente na Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto e médica da família no Programa Saúde da Família (PSF) do bairro Piedade em Ouro Preto, e afirma que está segura da decisão de residir na cidade. “Vim para estudar e me apaixonei pela cidade. Estou me especializando em saúde da família e com certeza meus planos são de morar aqui, isso já é certo”, ressalta.

Em Mariana, a Rede de Atenção à Saúde conta hoje com três médicos formados pela Ufop, sendo que um deles trabalha como médico da Equipe de Apoio em Cachoeira do Brumado e os outros dois são plantonistas no Pronto Atendimento. Segundo o Secretário de Saúde, Germano Zanforlim de Araújo, a aproximação do estudante com a comunidade durante o curso é fundamental para se familiarizar com a realidade da região. “Esse contato favorece aos estudantes o conhecimento da cultura e das patologias mais comuns e facilita o vínculo profissional com a gestão e a população”.

Já em Itabirito dois médicos prestam serviços às Unidades Básicas de Saúde (UBS) do São José e de Santa Rita. A Dra. Ana Paula Alves Santos optou por ficar na região pela oportunidade salarial. “Eu ainda não fiz a minha escolha de qual especialização pretendo fazer, e aqui na cidade tive uma ótima oportunidade. A remuneração chega a ser melhor do que em Belo Horizonte, por exemplo. Sem contar que eu me habituei ao local”, afirma a médica da famíla da UBS Santa Rita.

Além da região dos Inconfidentes, todos os médicos formado na Ufop estão trabalhando em Minas Gerais, em cidades como Araxá, Ponte Nova e João Monlevade.

O curso de Medicina da Ufop teve início em 2007, e tem duração de seis anos, sendo dividido entre área básica, área profissional e estágio hospitalar e em ambulatórios.

UFOP integra curso de medicina com saúde da região
Comments powered by Disqus

Newsletter

Acompanhe-nos

Encontre-nos no Facebook