Universitários se manifestam contra condução da greve dos servidores da Ufop

Ouro Preto,
28 de Maio de 2014

Segundo estudantes, a greve que dura mais de 60 dias, prejudica apenas os alunos, e não há engajamentos do setor grevista

Na quarta-feira (21) alunos da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) protestaram contra a greve dos servidores técnico-administrativo da universidade, que já dura mais de 60 dias. A manifestação aconteceu nos campi de Ouro Preto, João Monlevade e Mariana, e segundo a liderança do movimento, se trata de uma manifestação “não contra a pauta da greve, mas contra a forma descompromissada com a qual ela tem sido conduzida, prejudicando exclusivamente aos alunos”.

Em Ouro Preto, onde o movimento teve início, os estudantes fecharam as entradas do campus da instituição, impedindo a entrada de veículos. Muitos motoristas conseguiram entrar após negociações. Os universitários fizeram fogueira e construiram um pequeno muro de tijolinhos em frente à portaria principal.

De acordo com os alunos a greve prejudica o andamento do curso, pois serviços essenciais estão paralisados devido à ausência de funcionários. “Por mais que tenhamos bons professores, a infraestrutura é essencial para o nosso aprendizado. Os laboratórios, a biblioteca e até mesmo os restaurantes universitários (RU’s) são complementos essenciais, pois muitos estudantes não têm como se manterem na cidade sem o funcionamento do restaurante”, destaca Luana Clarice das Neves, aluna do 8° período de Ciências Biológicas. “Esse semestre nem tivemos trabalho de campo ainda, devido à falta de transporte”, completa.

O reitor, Marconi Jamilson Freitas Souza, em nota, informou que a universidade instituiu uma comissão de negociação para dialogar com o comando local, sobre as pautas internas e tomar as providências necessárias para o funcionamento da Ufop. “A administração não tem medido esforços junto à Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) para que as negociações entre as partes interessadas em nível nacional, sejam retomadas o quanto antes, para o bem do nosso maior patrimônio, que é a universidade pública, autônoma e democrática”, explica o texto. Marcone Freitas ainda ressaltou as medidas paliativas da universidade para sanar alguns problemas ocorridos com a greve. “Desde o início, sempre estiveram na pauta de negociações o funcionamento dos restaurantes universitários e das bibliotecas, mesmo que parcialmente, de forma a garantir a permanência dos alunos nas cidades em que estudam”, afirma.

Durante a manifestação, que durou até a noite, os estudantes convocaram todos os alunos para uma assembleia que acontecerá no dia 28, às 15h, na Concha Acústica da Ufop. No encontro será discutido a falta dos serviços que estão prejudicando o andamento dos cursos.

Grupo de estudantes contra modos da manifestação

Alguns estudantes e professores, no entanto, se levantaram contra a forma com que foram conduzidas as manifestações. Bloqueando a entrada da Ufop para veículos, os estudantes que tentavam entrar a pé para seguir atividades programadas, foram vaiados. Além disso, turmas de manifestantes, munidas de batuques e apitos, invadiram salas de aulas para impedir a condução de atividades em Mariana e Ouro Preto, mesmo onde havia concordância prévia entre os estudantes da sala e professores. Em ao menos uma turma, no Degeo (Departamento de Geologia) uma avaliação com quórum de mais de 50% da turma teve sua realização interrompida.

Universitários se manifestam contra condução da greve dos servidores da UfopUniversitários se manifestam contra condução da greve dos servidores da UfopUniversitários se manifestam contra condução da greve dos servidores da Ufop
Comments powered by Disqus

Newsletter

Acompanhe-nos

Encontre-nos no Facebook