A Estrada da Vida

25 de Junho de 2012
Valdete Braga

Valdete Braga

Cada um de nós caminha pela vida como se fosse um viajante que percorre uma estrada. Há os que vêm margens floridas e os que somente enxergam paisagens desertas. Há os que pisam em macia grama e os que ferem os pés em pedras pontudas e espinhos. Há os que viajam em companhias amigas, assinaladas por risos e alegria. E há os que caminham com gente indiferente, egoísta e má.

Há os que caminham sozinhos – inclusive crianças – e os que vão em grandes grupos. Há os que viajam com pai e mãe, e os que estão apenas com os irmãos. Há quem tenha por companhia marido ou esposa e filhos.

Há quem caminhe com os olhos cheios de lágrimas e há os que se vão sorridentes. Mas, mesmo os que riem, mais adiante poderão chorar. Ninguém caminha nesta estrada sem derramar lágrimas.

Pela estrada desta nossa vida, muitos caminham com seus próprios pés. Outros são carregados por empregados ou parentes. Alguns vão em carros de luxo, outros em veículos bem simples ou a pé.

Há gente branca, negra, amarela. Mas se olharmos a estrada bem do alto, veremos que não dá para distinguir ninguém: todos são iguais.

Há gente magra e gente gorda. Alguns trazem bolsas cheias de comida. Outros levam pedacinhos de pão amanhecido.

Muitos gostam de repartir o que têm. Outros dão apenas o que lhes sobra. Mas muita gente da estrada nem olha para os viajantes famintos.

Há pessoas que percorrem a estrada vestidas de seda e cobertas de jóias. Outras vestem farrapos e seguem descalços.

Uns olham para o próprio umbigo, outros contemplam as estrelas. Alguns gostam de espiar os vizinhos para fofocar depois.

Uma boa parte conta o dinheiro que leva e há os que sonham que um dia todos da estrada serão como irmãos.

Entre os sonhadores há os que se dedicam a dar água e pão, abrigo e remédio aos viajantes que precisam. Há pessoas cultas na estrada e há gente muito tola. Alguns sabem dizer coisas difíceis e outros nem sabem falar direito. Em geral, os sabichões não gostam muito da companhia dos analfabetos.

O que é certo mesmo é que quase ninguém na estrada está satisfeito. A maioria dos viajantes acha que o vizinho é mais bonito ou viaja de forma bem mais confortável. E todos se esquecem que essa caminhada chegará ao fim. Quando ela acabar, o que teremos?

Carregaremos, sim, a experiência aprendida durante o tempo de estrada e estaremos muito mais sábios, porque todas as pessoas que vimos no caminho nos ensinaram algo.

A estrada de nossa existência pode ser bela, simples, rica, tortuosa. Seja como for, ela é o melhor caminho para o nosso aprendizado. Deus nos ofereceu essa estrada porque nela se encontram as pessoas e situações mais adequadas para nós.

Assim, siga pela estrada ensolarada. Procure ver mais flores. Valorize os companheiros de jornada, reparta as provisões com quem tem fome.

E, sobretudo, não deixe de caminhar feliz, com o coração em festa, agradecido a Deus por ter lhe dado a chance de percorrer esse caminho de sabedoria.

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