A importância da cultura afro-brasileira

23 de Setembro de 2015
João de Carvalho

João de Carvalho

É UMA LEI que está expressa sob o número 10.639/2003 que modificou a Lei 9.394/1996. O ensino da história e cultura afro-brasileira em todas as escolas do país é de caráter obrigatório. À época, início do século XXI e do terceiro milênio, esta lei foi recebida com euforia por todos os educadores do país. Ela é sinal de inclusão de várias comunidades negras, não só na estrutura social, mas também na valoração desta importante classe social.

A sociedade brasileira é resultado do caldeamento de brancos, índios e negros (pretos e pardos). Daí o vigor, a excelência do homem e da mulher brasileiros. Infelizmente, lamentamos porque não há muitos professores (as) capacitados (as), com formação específica, para viabilização e aplicação da lei, que representa uma extraordinária oportunidade, para a cultura e integração da raça negra, na vida social brasileira.

FALA-SE muito em racismo, que precisa ser erradicado, mas somos omissos na aplicação das leis que previnem a discriminação, conforme determinação constitucional. Sabemos que há expressivas contribuições do MEC e da Proposta nacional de implementação das diretrizes curriculares nacionais da educação das relações étnico - raciais, para a implementação da lei 10.639/03 através da Portaria n. 01/2011 que, na verdade, se tornaram conteúdo do Plano Nacional de Educação, anos 2012/2022. Na verdade a lei 9.394/1966 fica acrescida, pela lei 10.639/03, da inclusão do dia nacional da consciência negra no calendário escolar. Reconhece-se o esforço do MEC e outros órgãos na formação de estratégias específicas para formação de professores do curso de africanidades no Brasil, assim como, a disponibilidade de material pedagógico. A professora Leonor de Araújo afirma que “Esta lei, 10.639/03, tem de ser implementada de maneira a abarcar todos os alunos e professores (as). O que há são ações pontuais de iniciativa de movimentos negros, do MEC e universidades”. Acredita-se também que a “Educação quilombola merece atenção especial com professores(as) e gestores da educação básica para esta área!”

EM SUMA, enquanto escrevo folheio a “Antologia de poesia afro-brasileira” de Zilá Bernd sobre os 150 anos de consciência negra no Brasil, conhecedora profunda deste tema relacionado à literatura negra. Vale a pena ler, apreciar, sentir a força da poesia negra em toda a sua amplitude e perfeição, através desta publicação rica de informações atuais.

É importante reconhecer e louvar a atitude atualizada de muitas, talvez da maioria, das escolas que já alicerçam seus currículos com aulas, palestras, trabalhos, livros e outras formas de divulgar a cultura negra. A história da formação étnica de nossa gente está repleta da influência benéfica da cultura africana e indígena. Mas, não basta reconhecer, é preciso sempre valorizar estes substratos da nossa formação genética.

Hoje, os mártires atuais das guerras fratricidas, criando-se o grande êxodo de suas pátrias, fogem para as nações mais próximas, em busca de sua sobrevivência e certamente influenciarão, através do caldeamento natural, a vida natural do país receptor. É a lei da genética humana.

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