A PALAVRA VELHO remete nossa ideia para vários setores da nossa vida. Faz-me recordar do notável escritor americano Ernesto Hemmingway com seu livro “O velho e o mar”; do velho inventor de Pinóquio, na literatura infantil; da velha-guarda das escolas de samba; da velha maneira política de fazer clientelismo, ditada pelas “raposas” do poder; do velho divã dos nossos psiquiatras; da nossa Velha república, nascida das entranhas imperiais; do nosso caudaloso e velho “Chico”, o maltratado rio; da panela velha da nossa música popular; do preto velho do decantado candomblé; do “meu querido, meu velho, meu amigo” na voz de Roberto Carlos; enfim do Velho e do Novo Testamento, nosso livro-mensagem de fé cristã. São inúmeras as situações que nos remetem ao conceito de velhice, colocando-nos na certeza de que “Envelhecer é crime inafiançável”.
VEJAM o que pensam grandes escritores sobre a arte de envelhecer:
“Aproveita cada dia de sua velhice para adquirir novos conhecimentos. Sim, nenhum prazer é superior ao do espírito” (Sólon);
“A velhice é um naufrágio. Tenho amigos para quem a velhice tem sido o encontro com um novo eu; mais lento, mais sábio, mais prudente, mais atento” (De Gaulle);
“Na minha idade, não há mais tempo para mudanças” (Major Ramiro Taborna);
“Senti tal prazer em escrever que esqueci dos inconvenientes dessa idade; mais ainda, a velhice me pareceu repetidamente doce e harmoniosa” (Cícero);
A velhice é honrada na medida em que resiste, afirma seu direito, não deixa ninguém roubar-lhe seu poder e conserva sua ascendência sobre os familiares até o último suspiro “(Cícero);
“Permaneço ativo. Dedicando nossa vida ao estudo, empenhando-nos em trabalhar sem descanso, não sentimos a aproximação sub-reptícia da velhice” (Cícero);
“Os cabelos brancos e as rugas não conferem, por si sós, uma súbita respeitabilidade. Esta é sempre a recompensa do seu passado exemplar” (Sólon);
“Deve-se aprender a viver por toda a vida e, por mais que te admires, durante toda a vida se deve aprender a morrer” (Sêneca);
“Eu não posso fingir que não estou com medo. Mas, meu sentimento predominante é de gratidão. Amei e fui amado. Li, viajei, pensei e escrevi. Eu tive uma relação especial com o mundo” (Oliver Slacks);
“O grande patrimônio do velho está no mundo maravilhoso da memória, fonte inesgotável de reflexões sobre nós mesmos, sobre o universo em que vivemos, sobre as pessoas e os acontecimentos que, ao longo do caminho, atraíram nossa atenção” (Norberto Bobbio).
EM SUMA, no Antigo Testamento a longevidade era uma característica especial de bênção divina, ser feliz era viver bastante. Que nos convençam: Matusalém (969 anos), Abraão (de 100 a 200 anos), a própria Rute, ligada ao acesso honroso da velhice. Esta é a minha (a nossa) pretensão, respeitando-se a advertência de Shakespeare: “Tu não devias ter ficado velho antes de ter ficado sábio”.
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