A Região dos Inconfidentes e as questões comuns a 2012

04 de Janeiro de 2012
Jornal O Liberal

Jornal O Liberal

Mauro Werkema

Finda 2011. E começa 2012. Neste fim de ano, algumas notícias são boas: passamos a ser a sexta economia do mundo, tomando a posição da Inglaterra, e já se fala que podemos ser a quinta em 2015; os EUA saem do Iraque e esperamos que deixem de ser o xerife do mundo; a Primavera Árabe derruba ditaduras antigas e abre perspectivas para a paz, a nova economia e o poder político mundiais; a velha Europa, em crise, terá que se integrar mais ao mundo, sem colonialismos; o PIB brasileiro crescerá em torno de 3% em 2011 e poderá chegar até a 4% em 2012, percentuais expressivos face à crise mundial; Dilma anuncia mudança ministerial e esperamos que o Governo Federal afaste corruptos e alcance nova sinergia gerencial. E que seja feita a reforma política e que os políticos cuidem menos de si e mais dos interesses da Nação; que a Lei da Ficha Limpa seja efetivamente aplicada.

No plano regional, várias expectativas se mantêm para 2012. Poderia ser o ano em que as três cidades da Rodovia dos Inconfidentes, Itabirito, Ouro Preto e Mariana, com vários problemas comuns, celebrassem uma efetiva parceria para várias iniciativas e reivindicações de seu interesse. Poderia ainda ser o ano em que veríamos a duplicação da BR356, estrada de traçado antigo, sem terceira pista e acostamentos, sem rotatórias em suas interseções, hoje com trânsito além de sua capacidade, em que carros particulares, ônibus de turismo e caminhões pesados convivem perigosamente. E a região poderia, afinal, ter a retribuição justa da atividade mineradora, com um royalty adequado à veloz exploração de sua maior riqueza, que é finita e poluente e usa os serviços urbanos para sua sustentação, sem investimentos específicos.

Um planejamento comum às três cidades, combinados com os planos diretores urbanos e territoriais, com adoção de normas relativas à atividade econômica, uso e ocupação dos territórios, controle da expansão da mineração conforme diretrizes do interesse público e da vida regional, limites às expansão especulativa imobiliária, implantação de programas culturais e turísticos e de preservação patrimonial e mesmo o estabelecimento de programas solidários de educação e saúde, são iniciativas perfeitamente viáveis. O tema, aliás, deveria ser objeto das campanhas eleitorais para a escolha de novos prefeitos e vereadores, que precisam deixar de ser paroquiais e apenas expressão de vontades pessoais, para adquirir uma maior elaboração, debatendo os mais importantes temas do interesse coletivo.

Muitas outras questões alcançam estas cidades: Itabirito precisa preparar-se para sua condição de novo pólo industrial, com a fábrica da Coca Cola, a expansão mineral e outras unidades industriais. A cidade vive momento sócio-econômico de prosperidade, sem desemprego, com um comércio ativo e competitivo. Ouro Preto precisa encontrar meios de conciliar a cidade turística com a cidade universitária, hoje em conflito aberto. Precisa consolidar-se como destino turístico de alta qualidade, capaz de gerar renda e emprego para uma cidade ainda em expansão e com muitas áreas pobres. E Mariana necessita obter paz política, que lhe permita retomar um planejamento melhor de suas vocações culturais e turísticas. E que tire maior proveito dos royalties que recebe da mineração exaustiva. Mas, de uma maneira geral, a população regional melhorou sua vida nos últimos anos, mesmo sem contar com planejamento e ação governamental, no que poderiam conseguir muito mais a partir de sua localização estratégica e vocações econômicas e culturais.

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