A zangaburrinha ainda pode virar em Mariana

17 de Fevereiro de 2012
Jornal O Liberal

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Desde o tempo que, em Minas Gerais com capital ainda em Mariana, se amarrava cachorro com linguiça, diz-se que “sete” é conta de mentiroso, mas mentira não é o número de prefeitos empossados na cellula mater mineira desde 1º de janeiro de 2009. Consagrada como centro cultural efervescente, primeira capital mineira, primeira sede de bispado, berço de intelectuais de projeção internacional, Mariana não merece o que ali se passa em termos de política e administração municipal. O prefeito, eleito em 2008 e empossado em 1º de janeiro de 2009, foi cassado por cochilo de sua defesa, que perdeu prazo de recurso no processo em que era suspeito de compra de votos. A partir de então, presidente da Câmara, viúva de ex-prefeito assassinado a tiros (classificada em segundo lugar nas eleições) e vice-prefeito se alternaram no poder, cabendo à viúva o privilégio de ser empossada e destituída duas vezes. No imbróglio político, que transforma Mariana em “Nova Sucupira” na boca de gaiatos, quem sofre é a população que tem solução de suas carências postergadas a cada sucessão extemporânea. E a julgar pelo andar da carruagem, a política de zangaburrinha ainda poderá ter novas viradas até o fim do ano, quando outro prefeito já estará eleito e pronto para ser empossado. A cidade cai no anedotário zombeteiro, mas não cabe a ela e nem aos políticos locais envolvidos a culpa, que é exclusiva das leis, cegas e sem definição, abertas a interpretações várias, de acordo com as circunstâncias e o gosto do freguês.

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