As duas disputas eleitorais

11 de Agosto de 2012
Jornal O Liberal

Jornal O Liberal

Paulo Felipe Noronha

As eleições, cada vez mais, passam, necessariamente, por dois processos de conquista, para os candidatos: a conquista pelo voto do eleitor, e a conquista do direito de se candidatar, frente ao judiciário. As conseqüências da inobservância desse último ponto, podem jogar uma cidade numa situação tenebrosa, como aconteceu com Mariana nos últimos anos, onde o executivo foi palco da ingerência de alguns governantes, da impossibilidade de ação de outros, mas acima de tudo, do desgoverno oriundo da falta de unidade política e administrativa. Também a cidade de Itabirito elegeu um prefeito em 2008, que não governou, para, em 2009, eleger outro, que governa a aproximadamente 3 anos.

Dessas situações, escapou Ouro Preto, que há 8 anos vem sendo governada por Angelo Oswaldo. Independente dos possíveis problemas que sua administração possa ter apresentado, a instabilidade política, felizmente, não foi um deles.

Mas então, diante desse quadro, em que a Justiça Eleitoral parece ter que intervir cada vez mais (está, de fato, cumprindo seu papel) resta a pergunta: o que leva uma cidade, e seus representantes, a caírem nesse tipo de situação? Um exemplo emblemático, é o do ex-candidato a vice-prefeito Zé Maria, em Itabirito. Simplesmente esqueceu de prestar contas de uma candidatura em 2010, quando sairia para deputado, mas desistiu. Problema similar enfrentou o ex-prefeito Roque Camêllo, em Mariana, que em meio às dificuldades jurídicas que viveu, viu uma reles extrapolação de prazo se tornar o maior deles.

A política e administração não são construídas, apenas, com idéias, propostas, solidariedade, ou mesmo carisma. É preciso mais profissionalismo, seriedade e capacidade. Dentre os vários exemplos regionais, de candidatos que morreram na praia do jurídico, e administradores eleitos depois rechaçados pela justiça, existem sim casos de ilegalidade, crimes mesmo, contra o interesse da população. Mas também, há casos de simples amadorismo, dos mais toscos (seja dos pontos geradores da pendenga judicial, seja na própria condução do processo, e em alguns casos, o candidato ou governante era simplesmente um incompetente crônico mesmo, mero fantoche). E quando se aspira a um cargo administrativo, amadorismo não chega a ser tão execrável quando desonestidade, mas ainda é “de doer”. Que os eleitores inteligentes fiquem de olho!

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