O verdadeiro papel da imprensa

30 de Julho de 2012
Jornal O Liberal

Jornal O Liberal

*Lucílio Luís Silva

Falar é fácil. Criticar mais fácil ainda. A crítica é salutar quando desinteressada, quando legítima, quando construtiva. A Democracia se faz quando as teses são refutadas, mas com o devido direito da parte criticada replicar com a mesma legitimidade do produtor da crítica. O democrático direito de se expressar não pode estar a serviço de ninguém, a não ser da coletividade e do povo. Insinuar sem ouvir as duas partes envolvidas é pernicioso demais e coloca os princípios democráticos em risco.

Na América Latina e no Brasil, o direito de expressão foi conquistado com enormes dificuldades, a partir da superação dos regimes ditatoriais que foram implantados em vários países do continente ao longo do século XX. No entanto, as distorções desse tipo de liberdade são facilmente verificáveis, sobretudo, no momento eleitoral. Alguns órgãos de imprensa se prestam a agir como Partidos Políticos. São panfletários na produção de factóides para atender a um determinado candidato ou agremiação. Usam da sagrada prerrogativa da imprensa para alimentar inverdades ou meias-verdades. Acusam, julgam e condenam sem que o acusado tenha o direito constitucional da ampla defesa, sendo necessário ao injuriado acionar os tribunais para conseguir os chamados “direitos de resposta”.

Qualquer cidadão sabe que o verdadeiro jornalismo tem como princípio básico a apuração da verdade e a produção do debate em torno do assunto ou da notícia veiculada, garantindo a fala das partes envolvidas de maneira igualitária. A reputação e a moral das pessoas e das instituições não podem ser açoitadas ao bel prazer de alguns, sob pena de constituirmos a “ditadura” da falácia. Felizmente, na Região dos Inconfidentes temos jornais, sites e organismos de imprensa sérios, que estão comprometidos com a verdade dos fatos, com a informação e com a solidificação da nossa tão querida democracia. Esses devem ser valorizados e ressaltados, pois tem credibilidade e respeitam a inteligência do seu leitor com transparência.

No mais, é preciso nos atentar para esse fato, sobretudo, nesse momento eleitoral, para não julgarmos ninguém pelo juízo dos outros. Separemos o “joio do trigo” e sejamos os donos da nossa própria consciência!

*Mestre em Educação Tecnológica
Diretor Executivo do CET-CEFET de Itabirito-MG

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