Cadê a placa centenária?

27 de Janeiro de 2017
Jornal O Liberal

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Desde há algum tempo, algo falta na ponte sobre o maltratado ribeirão Maracujá, nos limites da Praça Coronel Ramos, também conhecida dos mais velhos pelo apelido “Garagem”, a lembrar do estacionamento privado do primeiro automóvel nas ruas cachoeirenses. A lamentável ausência é fruto, em primeiro plano, da imprudência de alguém ao volante e, em segundo, do desmazelo na conservação do patrimônio público, incluindo-se aí a sua história, mandada ao lixo junto ao acessório que a lembra e registra. Tal equipamento urbano veio para ligar as duas porções geográficas, separadas pelo Maracujá, até então em contato apenas pela Ponte do Palácio. Cachoeira do Campo, então, era dotada de economia própria que se bastava, baseada nas atividades rurais (plantio de cereais, frutas, horticultura e criação de bovinos e muares) e o fabrico, por autônomos, de artefatos em couro, além de outros pequenos negócios. Isso foi suficiente para merecer atenção do Governo do Estado, por intermédio da então Secretaria de Agricultura (salvo possível engano) que a edificou. As novas gerações, induzidas pela placa da prefeitura de Ouro Preto, creem ter sido ela construída pela administração municipal, que apenas a ampliou, na largura, em 1969, para atender às necessidades geradas pela urbanização que se processava. Falta ali a placa da inauguração, desaparecida uma vez e recolocada, mediante reclamação; e agora novamente desaparecida. Se estivesse em seu lugar, talvez não tivesse passado em branco o centenário da ponte, que foi edificada em 1916. É dessa forma que se varrem da memória coletiva os fatos mais significativos de sua História, substituindo-os pela marca da esperteza. Quem souber da placa, que providencie sua recolocação no lugar, de onde não deveria ter saído. É a memória cachoeirense que reclama!

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