Carnaval “trezentão” quase se azeda

02 de Março de 2012
Jornal O Liberal

Jornal O Liberal

Quinta-feira, vésperas do carnaval, abertura dos desfiles, em ruas já empaturradas de gente, na cidade Patrimônio Mundial, foliões em concentração aguardam o grito de guerra para dar início à zorra momesca. Surdos, bombos, tamborins e cuícas aguardam a largada musical a ser dada por trombones, trompetes e saxofones, enquanto fantasiados, sob o efeito de umas e outras, agitam a praça com a descontração própria do momento. Carnaval é alegria, brincadeira e molecagem, o riso se contrapondo ao siso, mais gritar e cantar que falar, mas, eis que, de repente, alguém sob no tamborete. Alguém grita: - Cai fora ó cara! Ainda não é campanha eleitoral! Chama o TRE! Em meio à insatisfação, é o coordenador do bloco que, a fazer média com a charanga carnavalesca contratada em Beagá, levanta a voz e chama de irresponsáveis os músicos de Ouro Preto. Pega mal e quase se azeda a brincadeira porque mais de uma dezena de músicos cachoeirenses – “da roça” como dizem “trezentões” do distrito sede municipal – se fazem presentes para animar a festa. E eles não são ouropretanos? Tenta-se remendar a gafe, mas o gosto amargo mais se destaca quando se explica a razão do infeliz desabafo. Em carnavais anteriores, músicos de Beagá receberam tratamento diferenciado em relação aos locais, o que motivou sua recusa em participar neste ano. Irresponsáveis teriam sido, se contratados, não tivessem comparecido. Irresponsável é quem pratica o descaso com os locais e lambe as botas do estranho! Vá catar coquinho, ó cara pálida!

Secretário também é “filho de Deus”

E vem a sexta-feira, bem antes de a folia acabar de pegar fogo. Grande carga de “refri” tomba em Cachoeira do Campo, levando saqueadores ao local, como bando de abutres sobre a carniça. Sem se preocupar com a sorte dos trabalhadores envolvidos no acidente, a turba dos “cada um para si” e “quero a maior parte” avançou e praticou o saque, crime coletivo equivalente ao de furto. No meio do tumulto – diz quem esteve no local – se destacava até um secretário municipal, cuja foto se tentou fazer, mas foi protegido pela confusão. Que papelão, hein?

Comments powered by Disqus

Newsletter

Acompanhe-nos

Encontre-nos no Facebook