Cinco candidatos disputam a Prefeitura de Ouro Preto

11 de Julho de 2012

Jornal O Liberal

Mauro Werkema

Após esta sexta-feira, dia 6 de julho, inicia-se a campanha aberta para as eleições municipais, conforme o calendário do Tribunal Superior Eleitoral. O quadro eleitoral ouropretano está desenhado: quatro candidatos disputarão o voto dos eleitores para 7 de outubro próximo, se não ocorrerem impugnações na fase de registro na Justiça Eleitoral: José Leandro (PSDB), Dimas Dutra (PR), Júlio Pimenta (PPS) Gleiser Boroni (PTC) e Vicente Custódio (PSOL). Entre eles se distribuem 23 partidos políticos, abrigados pelas coligações, mecanismo que permite a soma de legendas partidárias, produto do casuísmo e da acomodação esperta da legislação eleitoral brasileira. A distribuição das forças políticas não permite favoritismos que não possam ser confirmados ou modificados durante a campanha.

Neste período é hora de os candidatos aprofundarem seus contatos, divulgarem suas propostas, estabelecerem diferenças mais marcantes, além das que trazem em suas vidas e na reputação que construíram. Os estrategistas do marketing eleitoral enfatizam hoje alguns procedimentos que podem ser decisivos na conquista de votos: a campanha na televisão e no rádio, que vai de 21 de agosto até 4 de outubro, a eficácia da estratégia de diferenciação através do destaque de pontos positivos, propostas do programa de governo, capacidade de interpretar aspirações e opiniões do eleitorado e estruturação de campanha e sua penetração no eleitorado.

Os candidatos e suas forças políticas são os seguintes: o médico José Leandro, prefeito por duas vezes, apoiado pelo PSDB, seu partido, e mais o DEM, PTB, PRP, PP, PTN e PHS. Terá 7,5 minutos de televisão e representa a oposição tradicional ao atual prefeito. Conta com o apoio do Governo do Estado, que manifesta firme interesse em contar com um palanque para as eleições de 2014 em Ouro Preto. José Leandro conta ainda com a fidelidade de uma parcela do eleitorado, que lhe tem acompanhado em todas as eleições e que o manteve, nas primeiras pesquisas realizadas, na liderança da intenção de voto. Realiza esforço para ampliar seus correligionários entre os novos segmentos do renovado eleitorado ouropretano e assegura que não terá veto da Justiça Eleitoral em razão de processos judiciais. Seu vice é o Chiquinho Xavier do DEM, residente em Cachoeira do Campo.

O médico Dimas Dutra conta com o PR, seu partido, e mais o PT, a que pertence o vice, advogado Guido Coutinho, e o PMDB, PV, PSD, PSDC e PRTB, partidos integrantes da base aliada da presidente Dilma. Terá 13 minutos de televisão. Atual vice-prefeito, mas em discordância com o prefeito Angelo Oswaldo, mantém-se numa linha de singela oposição, com diretrizes políticas e propostas programáticas independentes que aprofundam realizações da gestão atual e avançam em setores não abordados. Promete um novo tempo para Ouro Preto, com ênfase na questão social e no slogan “Governo para todos”. Por decorrência de sua atuação como médico, desfruta de amplo prestígio pessoal e eleitoral em Cachoeira do Campo, Glaura, Amarantina e Santo Antônio do Leite e povoados da região, além da sede do município. Conta com o apoio da ex-prefeita Marisa Xavier e mantém canal de diálogo aberto com o Governo do Estado.

O candidato Júlio Pimenta, vereador, ex-presidente da Câmara Municipal, conta com o PPS, seu partido e mais o PSC, PDT, PC do B, PT do B, PSB e PSL. Engenheiro, ex-secretário de Obras da Prefeitura, representa a continuidade da atual gestão, com pleno apoio do prefeito Angelo Oswaldo, como mostra sua forte inserção na administração municipal. Organizado, com mais recursos financeiros, está em campanha aberta há alguns anos para a qual se preparou com grande obstinação. Terá 5,8 minutos na televisão. Seu vice é o empresário Aílton Miranda Silva (PDT), de Cachoeira do Campo.

Gleiser Boroni, advogado, ex-vereador e ex-secretário municipal, concorre num ato de afirmação pessoal, contando com dois partidos: PTC e PMN. Terá um minuto na televisão. Por fim, Vicente Custódio, pelo PSOL, nas suas próprias palavras, representa a extrema esquerda, e uma linha ideológica que não faz concessões.

A campanha será acirrada, como revelaram as negociações para as coligações e busca de apoios partidários. Na defesa de seu candidato, o prefeito Angelo Oswaldo exonerou auxiliares que apóiam o candidato Dimas Dutra, solicitou à direção estadual intervenção no Diretório Municipal do PMDB, reconstituído com liminar da Justiça, e tem feito pregação clara e continuada em favor de Júlio Pimenta. Nota-se nos candidatos de oposição a disposição de denunciar ações ilegais, abusos do poder econômico, práticas irregulares. De resto, o País vive clima de fiscalização que permite prever ação mais dura da Justiça Eleitoral e do Ministério Público. A plena aplicação da Lei da Ficha Limpa, desejada pela sociedade, ainda é matéria incerta, notando-se clara disposição do Congresso em afrouxar as punições, embora as manifestações de magistrados anunciem endurecimento. Temas como educação, saúde, mobilidade urbana, habitação, turismo, intervenções em áreas de risco geológico, reforma e modernização da Prefeitura, deverão presidir os debates. Por sua reputação, como pelo simbolismo histórico e cívico, com receita mensal atual em torno de R$ 20 milhões, mas com previsão para chegar a R$ 30 milhões a médio prazo, Ouro Preto é reduto cobiçado como palanque para a disputa nacional e estadual de 2014.