Cloaca ufopiana aberta sobre os cachoeirenses

10 de Setembro de 2015
Jornal O Liberal

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Ética, respeito e honestidade não precisam estar escritos em compêndios e manuais de civilidade, de comportamento social ou de integridade moral, como também não em regimentos internos e estatutos de entidades da sociedade civil, devendo ser parte do caráter do cidadão, independente de sua posição na sociedade. São valores a serem gravados no espírito, desde o berço, para a formação do caráter do indivíduo, devendo os mesmos ser burilados e lustrados na escola, para que a sociedade o receba apto a cumprir seu papel de acordo com suas qualidades natas e/ou adquiridas. Não é mais o que se constata, na cidade, dita sede do saber e monumento à cultura, a julgar pelo que se repete a cada ano, por ocasião, pasmem, da graduação de profissionais formados pela Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP. Execra-se o ambiente social da antiga Vila Rica, quando e onde a população estava sujeita não somente à régia lei vinda d’além-mar, mas, sobretudo à vontade imoral, gananciosa e desumana de nativos bem nascidos socioeconomicamente. Entretanto, trezentos anos depois, quando se pensava superada, a época despótica emerge, sob máscara de liberdade de expressão – na verdade, libertinagem – mediante eventos patrocinados ou permitidos por uma universidade pública, isto é, que existe e exerce sua missão graças à contribuição de cada cidadão deste país. O poder público ameaça, com prisão, cidadão que desacata seu servidor, e este, em razão de simples questionamento, quando despido da boa vontade, tenta arranjar meios de cumprir a ameaça. Mas o mesmo poder público, por intermédio de instituição de ensino, passa por cima do direito de toda uma população, em desacato à lei, cujo cumprimento ele próprio deve garantir. A UFOP tem espaço, em seu campus, para a realização de tais eventos, mas a festa, excessivamente barulhenta é repudiada, justificadamente, no distrito sede-municipal. E os organizadores de tais eventos não titubeiam em trazê-los para espaço aberto, em Cachoeira do Campo. Por esta razão, no último fim semana, a população cachoeirense, mais uma vez, se viu violentada em seu direito ao repouso noturno, com a zoeira (dizem baile), incluindo-se gritaria alucinante dos animadores, até às sete horas da manhã do domingo. Mais parecia distúrbio em hospício que festa em ambiente universitário! E a população local teve que engolir, porque a exemplo do que ocorre no país, os que têm e devem não exercem sua autoridade, para coibir excessos na produção de ruídos, a qualquer momento, com especial atenção ao período noturno. Infelizmente, autoridades só entram em ação depois de tragédia, ainda não acontecida, porém não descartada, se persistirem a permissividade e omissão oficiais. Mas a força da lei, fatalmente, cairá sobre a parte mais fraca, a vítima, não nos enganemos! O desrespeito dos organizadores no tocante ao barulho excessivo e fora de hora vem atrelado ao preconceito velado, coisa tupiniquim, votado aos distritos secundários à volta do distrito-sede, ou cidade. Na cabeça dos empolados, o que existe do município além do distrito-sede é quintal deste último. E é no quintal que os mal-educados lançam seu lixo!

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