Constrangimento desnecessário nos coletivos

10 de Novembro de 2017
Jornal O Liberal

Jornal O Liberal

O assunto, aqui criticado anteriormente de forma a sugerir solução adequada, é trazido novamente à tona, uma vez que o criticado continua a acontecer, sem que nada tenha sido feito para impedi-lo. Nada contra campanhas para arrecadação de recursos, desde que em favor de causas reconhecidas popularmente, realizadas de forma a ultrapassar a espontaneidade das pessoas abordadas e o seu direito de decisão. Eventualmente, empresta-se um dedo a serviço de uma boa causa, sem esperar que o gesto possa ser explorado, continuadamente, esquecendo-se que o comodismo pode fazer das suas. Em pouco tempo, tendo o dedo sido útil, pode o braço ser tomado para conveniências dos espertos. Desde há algum tempo, usuários do transporte coletivo, dentro do município, têm sido surpreendidos por pessoas a fazer arrecadação de recursos entre os passageiros. Apresentam-se como missionários e, numa mistura de pregação religiosa e campanha antidrogas, distribuem alguma miçanga, em troca da qual pretendem arrecadar dinheiro. Não se questiona o objetivo da atividade, que pode ter ou não mérito, ser ou não verdadeiro. Questiona-se, sim, a forma utilizada, que incomoda e, sobretudo, constrange pessoas de parcos recursos, colocando-as na “obrigação” de contribuir. Crê-se que o problema pode ser solucionado pela empresa, proibindo tal atividade dentro dos veículos. O usuário, ao embarcar, tem o direito de ser conduzido ao seu destino com segurança, sem ser incomodado e/ou constrangido por qualquer motivo. Por outro lado, ao condutor do veículo cabe o dever de transportar os passageiros, na observância dos direitos os passageiros. Ele, o condutor, tem autoridade dentro do coletivo!

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