O lado negativo do celular

03 de Novembro de 2017
Jornal O Liberal

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Em meio à confusão do deslocamento para as atividades diárias, o semáforo se abre para pedestres, entre os quais dois que, aos olhos do observador, estão em rota de colisão. Passos a passos apressados, os dois se aproximam e, como previsto, choque frontal se confirma. Se fossem dois veículos, na velocidade proporcional, poderia ter sido perda total para os dois e, quiçá, morte para os condutores. Um deles tomba para o lado, atingindo senhora idosa que, por sua vez, esparrama-se no chão. O outro, a portar pacote de compras, cai de costas e tem os produtos derramados, quebrados, pisoteados, sujando passantes. Com o acidente, estabelece-se na faixa de pedestres tremenda sarrafusca, ampliada com abertura do sinal para veículos e consequente buzinaço de condutores impacientes, que nem compreendem o que se passa à frente. Como? Por quê? Quicaconteceu? São perguntas que, entre si, fazem os circunstantes, enquanto uns poucos tentam ajudar os diretamente envolvidos. Ninguém sabe responder, porque grande parte estava “ocupada” tal qual os dois colidentes. Ao observador da cena, tudo foi claro desde o início, quando os dois iniciaram a travessia, cada qual de olhos grudados no respectivo celular. Ainda bem que eram dois pedestres e não dois ônibus lotados, dois transportadores de combustíveis, dois transportadores de outros produtos perigosos. Como se não bastassem os existentes, por meio da tecnologia, surge o vício do celular; vício, sim, porque de acordo com dicionários, trata-se de “costume supérfluo, prejudicial ou censurável”. Nada justifica esse comportamento, inteiramente dependente, que desliga a pessoa de sua atualidade.

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