Cuidado com a “pretinha” nos quebra-molas

21 de Outubro de 2015
Jornal O Liberal

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Com as chuvas de fim de ano chega também a jabuticaba, essa “pretinha” saborosa, tradicional nos centenários quintais cachoeirenses, que não ultrapassa quarenta dias, da florada à maturação, como fruto frágil de uma árvore forte, robusta e frondosa. Ao contrário do passado, quando sua efêmera vida na jabuticabeira, não mais que cinco dias, era motivo de festa e compartilhamento de alegrias com visitas e convidados, na atualidade a jabuticaba é motivo para aborrecimentos, antes de se enquadrar como caso de polícia e de saúde pública. Às poéticas incursões noturnas, quando se deixava a do próprio quintal para ir saborear a do quintal estranho, sem carregar além de algumas no bolso, sucedem-se verdadeiras invasões, na caradura e à luz do dia, para saquear a propriedade, cuja manutenção se faz com sacrifício porque mão de obra não se encontra. Bandos de galalaus, munidos de caixas, cestos, balaios, sacos, até carrinho-de-mão, improvisam escadas para saltar muros e alcançar as jabuticabeiras. Também na cara-de-pau, o fruto furtado é vendido aos desavisados, nos quebra-molas (outra função “social” dessa estultice de país subdesenvolvido), sem qualquer coibição por parte das autoridades. A primeira preocupação deveria ser com a saúde pública (alô Vigilância Sanitária!), pois a procedência da fruta é desconhecida, assim como a forma como é colhida, podendo ser colhida no chão junto a fezes de animais e mesmo humanas. A segunda preocupação é de segurança pública, pois, se o produto à venda é furtado, tem procedência criminal.

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