“Deixa pra lá”, grande mal tupiniquim!

16 de Junho de 2017
Jornal O Liberal

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Repercute por todo o país o caso do garoto, que morreu depois que uma médica se recusou a atendê-lo. Aconteceu no Rio de Janeiro, onde o garoto, de um ano e seis meses, assistido em casa por uma técnica em enfermagem, necessitou de cuidados especiais em hospital. A profissional que o assistia acionou o serviço de ambulância, que chegou poucos minutos depois. Entretanto, já à porta da residência do paciente, a médica, ao saber que se tratava de uma criança, recusou-se a fazer o atendimento, mesmo diante da insistência dos membros da equipe, incluindo-se o condutor da ambulância. O garoto morreu pouco depois, já o encontrando morto a segunda ambulância enviada. É mais um caso gravíssimo, entre os muitos, a envolver profissionais da área médica. Pergunta-se por que se repetem tantos casos de omissão, de maus tratos, de mau atendimento por parte dos profissionais de saúde. Culpam-se os respectivos conselhos profissionais por corporativismo e impunidade. Entretanto, bastou a repercussão do caso do garoto, para se mostrar a possível maior causa da repetição do mau comportamento profissional, no atendimento a pacientes necessitados de serviços médicos. Outros episódios lamentáveis, um dos quais também resultou em morte, tiveram a mesma médica como agente provocador. Não tiveram boletim de ocorrência registrado, no momento oportuno, porque fala mais alto, na cultura tupiniquim, o resignante “deixa pra lá”! O cidadão ainda não aprendeu que, dentro da coletividade, o que se passa consigo pode se repetir com ou no semelhante, ou vice-versa, razão pela qual é do interesse coletivo que os fatos de natureza policial, sejam registrados. Ao ser ofendida, mal atendida, maltratada, esbulhada por algum profissional em serviço, ela tem por dever, em consideração ao semelhante e possível vítima, antes do direito em relação a si própria, de comunicar o fato à polícia. Se, nos casos antecedentes, o registro policial tivesse sido feito, talvez o garoto tivesse recebido atendimento e estaria vivo.

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