Estamos todos no mesmo barco

09 de Junho de 2017
Jornal O Liberal

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Passada a estação das chuvas, a cada ano menos volumosas, eis agora a estação da seca, coincidente com o inverno e muitos fatores, que seriam menos negativos se não fosse a atuação humana em sentido contrário. A secura da terra traz poeira, por sua vez combatida com água que, embora abundante para uns, é escassa para outros dentro da mesma comunidade, em razão da distribuição prejudicada nos pontos mais altos. Falta água nos pontos mais altos e falta consciência cidadã ou solidariedade, onde a água chega mais fácil. Aqui, lavam-se carros, lavam-se calçadas, espanta-se a poeira porque sobra água, e lá, deixa-se de tomar banho, lava-se menos roupa, prepara-se menos comida, porque a água não chega. Mas o desperdício é crônico também no serviço público, podendo ser constatado diuturnamente, em qualquer época do ano, em alguns pontos da rede fluvial na qual, conforme o nome indica, deveria correr tão somente água das chuvas. Se em outros pontos se trata de esgoto, irresponsavelmente ali lançado, nos primeiros a água não exala o mau cheiro característico. Também não se dá o bom exemplo, para que a população não a utilize para lavar espaços e veículos. Basta ver o serviço de limpeza nas duas estações rodoviárias, onde mangueiras jorram à vontade em meio ao ir e vir dos usuários, quando há técnica que permite a limpeza, ecologicamente correta, com gasto mínimo de água, menor estresse para os trabalhadores e menor perturbação aos usuários daqueles espaços. Confirma-se, no comportamento da administração, a máxima: “façam o que mando, mas, não façam o que faço”. Enquanto isso ocorre em relação à água, seu oposto, o fogo se espalha por mãos piromaníacas onde a vegetação se esturrica pela ação do sol e nenhuma chuva. Sobra irresponsabilidade, incluindo-se aí a dos que silenciam ao testemunhar o crime. É muito mais fácil chamar os Bombeiros!

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