Deslumbramento tupiniquim

27 de Outubro de 2017

Jornal O Liberal

Viagem, para quem gosta, não importa o meio utilizado, quase sempre é um prazer, podendo também ser uma aventura, a depender do que acontece durante seu transcurso. O meio rodoviário, nas principais vias federais, tem oferecido bons serviços, o que torna a viagem prazerosa, desde que não haja a bordo passageiros incomodativos, inconvenientes mal educados, daqueles que nunca deveriam andar num coletivo rodoviário e, sim, dirigir seus próprios veículos, se possível, sozinhos. Parece exagero, mas esse tipo existe, como se fosse o próprio diabo a infernizar a viagem dos eventuais e infelizes parceiros. Mas, isso é dito apenas de passagem, porque o foco são os pontos de apoio, onde se desce para estimular a circulação nas pernas (indispensável, não importa a idade) aliviar-se, comer e beber algo e, havendo dinheiro de sobra, comprar alguma das muitas bugigangas oferecidas a turistas. É um prazer a mais, entrar num desses estabelecimentos, não só pelo excelente serviço, na modalidade “sirva-se você mesmo”, pois merece destaque o visual colorido de tudo muito bem disposto, para atrair os olhos. Nos sanitários, uma higiene constante e irrepreensível! Mas, nem sempre foi assim. Era um suplício, a começar pela fila para retirar a ficha no caixa, passando, em seguida ao balcão, onde podia, ou não, ser atendido, a depender eficiência e boa vontade dos atendentes. Não raras vezes, passageiro perdia dinheiro, por não ser atendido a tempo de voltar ao veículo. Das condições dos sanitários, naquela época, nem é bom falar! Era coisa de fazer voltar da porta de entrada! Felizmente, tudo evoluiu e o que incomodava ficou para trás. Nota dez para tais pontos de apoio, com exceção de um serviço oferecido: a ultramoderna máquina de café. Esqueceram-se de que estamos no Brasil, onde se fala o Português, e a instalaram sem a devida tradução dos comandos para o uso. Tal como a esfinge, a máquina parece dizer “decifra-me ou te devoro”. Quem não sabe alguns rudimentos de inglês passa longe dela... deixando o estabelecimento de faturar alguns reais a mais. É coisa de empresário tupiniquim deslumbrado!