Difícil

30 de Setembro de 2015
Valdete Braga

Valdete Braga

A notícia da diminuição do quadro de terceirizados da UFOP, esta semana, pegou todo mundo de surpresa. Não se sabe nem o que dizer, numa hora dessas. Segundo informações divulgadas pela TV e rádio, serão em torno de 90 demissões. Assustador.

Pais de famílias, trabalhadores, perdendo o emprego, é muito triste. Ainda que alguns, cada vez menos, graças a Deus, insistam em dizer que está tudo bem, os fatos mostram o contrário. É uma contingência nacional, quiçá mundial, mas os acontecimentos estão aí, na cara de todo mundo.

Não é hora de procurar culpados. Não é hora de acusações políticas ou pessoais. Por mais clichê que possa parecer, o momento é de união. Não aquela união demagógica de políticos profissionais, ou frases feitas sem ação concreta. Falo de uma união objetiva, de pessoas se ajudando, não por clientelismo, mas na procura de uma solução.

Desemprego pode gerar desespero, violência, doenças mentais e físicas. Todo ser humano tem direito à sua sobrevivência. Por outro lado, as instituições também precisam sobreviver. Qual a solução? Não sei, e não tenho vergonha de dizer. Não sou da área, não estudei prá isto, não sou analista política nem social. Mas... é preciso ser? É preciso especialização para enxergar o óbvio?

Não sei qual seria a solução, mas sei que é preciso procurá-la. Ouvi uma frase ainda ontem, no meio da discussão entre duas pessoas, que me deixou estarrecida: “uai, você não votou na Dilma? Agora agüenta”. A pessoa não falou comigo, mas como eu estava na conversa, permiti-me responder: “uai, mas eu não votei e estou agüentando também”. E mesmo que tivesse votado. Passou da hora de acabar essa ignorância de “bem feito prá quem votou”, “coitado de quem não votou”, etc.

A situação está aí. Desemprego, inflação, violência, desrespeito mútuo... procurar culpados, só se for para, quando encontrado, o “culpado” pagar pela culpa. Absurdo essas brigas entre pessoas comuns, em defesa ou acusação de autoridades, quando elas, salvo raras, e eu friso raras, exceções, não estão nem aí. Têm seu “emprego” garantido (aspas porque ser político não é emprego) sabe-se Deus a que preço, regalias, e, pior e mais triste, ( repetindo, sem generalizar) têm a certeza de que essas mesmas pessoas que sofrem conseqüências de seu voto hoje, votarão neles novamente, nas próximas eleições. Está na hora de deixarmos um pouco os discursos e partirmos para a prática. Voltando ao tema inicial, as pessoas que venham a ser demitidas da UFOP não vão precisar de discursos, mas de soluções. E como elas tantas e tantas outras pelo país.

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