Primeira:
A água do lago estava tão limpa que parecia um espelho. Todos os animais que iam saciar a sede viam suas imagens refletidas.
O urso e seu filhote pararam admirados e foram embora. O leão admirou a sua juba e seguiu o seu caminho. Vários outros animais passaram pelo lago, beberam da água e viram sua imagem.
O alce, que passava por ali, também parou para beber, e quando viu a sua cabeça refletida, até perdeu a sede, encantado com a própria beleza.
Enquanto examinava sua imagem refletida no lago, o alce não percebeu a aproximação de um bando de lobos, que afugentara todos os seus companheiros. Quando finalmente se deu conta do perigo, correu, assustado, para a mata.
Enquanto corria, seus chifres se embaraçaram nos galhos, deixando-o preso, enquanto os lobos se aproximavam. Desesperado, ele tentava se desvencilhar, só conseguindo no último minuto. Correu o máximo que suas pernas, finas e ligeiras, conseguiram.
Ao perceber que já estava a salvo, o alce exclamou aliviado:
Segunda:
Uma formiga sedenta veio à margem do rio para beber água. Para alcançá-la, devia descer por uma folha de grama. Quando assim fazia, escorregou e caiu dentro da correnteza, sem a menor possibilidade de se salvar de morrer afogada.
Uma pomba, pousada em uma árvore próxima, viu a formiga em perigo. Rapidamente, arrancou uma folha da árvore e deixou-a cair no rio, perto da formiga, que pode subir nela e flutuar até a margem.
Logo que alcançou a terra, a formiga viu, ao seu lado, um caçador de pássaros, com uma rede nas mãos, pronto para atirá-la na pomba, distraída em cima da árvore.
A formiga subiu rapidamente no calcanhar do caçador, dando-lhe uma picada. A dor fez com que o caçador largasse a rede, que caiu no chão, alertando a pomba, que voou para um ramo mais alto, longe do alcance da mesma.